SÃO PAULO (Reuters) - A safra de café do Brasil 2025/26, que será colhida no ano que vem, foi estimada nesta quinta-feira em 65,6 milhões de sacas de 60 kg, queda de 0,4% na comparação com o ciclo anterior, de acordo com um primeiro levantamento da consultoria StoneX.
A ligeira redução esperada para a safra do Brasil, maior produtor e exportador de café, acontece com uma queda acentuada considerada na produção de grãos arábicas, após um longo período seco mais cedo neste ano.
O recuo no arábica, contudo, quase foi compensado por um salto esperado na produção de grãos canéforas (robusta e conilon).
Falando sobre o café arábica, a StoneX afirmou que as altas temperaturas em junho e julho, o longo período seco e as ondas de frio afetaram a condição vegetativa das lavouras de café e reduziram seu potencial produtivo nas regiões do Sul de Minas, São Paulo, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Sul do Espírito Santo.
"A Alta Mogiana se destaca como a região com o pior cenário produtivo até o momento, devido às condições climáticas desfavoráveis", afirmou em relatório produzido pela equipe da consultoria após viagem de 20 mil quilômetros durante mais de dois meses por todo o cinturão cafeeiro.
A safra de café arábica foi projetada em 40 milhões de sacas, baixa de 10,5% na comparação anual, afirmou a StoneX, ponderando que as "lavouras estão passando e ainda passarão por etapas cruciais antes da definição final do tamanho da safra".
Já a colheita de café canéfora em 2025/26 foi projetada em 25,6 milhões de sacas, aumento de 20,9% ante o ciclo anterior.
"As condições para o desenvolvimento da safra de robusta (canéfora), por outro lado, têm sido favoráveis até o momento. As lavouras mostram uma boa condição vegetativa, com bom pegamento da florada, e o desenvolvimento dos grãos ocorre em condições adequadas", destacou o relatório.
A exceção é Rondônia, onde a florada foi impactada pela seca e pelas altas temperaturas, disse a StoneX.
Na safra passada, colhida este ano, o Brasil aumentou em 2,5% a sua produção de café em relação ao ciclo anterior.
(Por Roberto Samora)