Investing.com – A prata pode atingir a faixa superior da região dos US$ 30 por onça-troy no período de seis meses a um ano, graças à ação de compradores de olho no valor do metal, depois da sua mais forte correção em um mês desde fevereiro, de acordo com o Citigroup (NYSE:C).
"Encaramos a recente fraqueza nos preços como uma excelente oportunidade de compra e reafirmamos nossa previsão de US$30/onça para a prata nos próximos 6-12 meses, mesmo com uma desaceleração do crescimento nos EUA e possível estagnação nos mercados emergentes", afirmaram os estrategistas do banco.
Os contratos futuros da prata mais negociados na Comex de Nova York superaram US$ 23 durante as negociações de terça-feira, 23, registrando uma queda de quase 7% em maio, após ganhos acumulados de 20% nos últimos dois meses, que levaram o metal a ultrapassar os US$ 26 em determinado momento.
"Nossa expectativa é que a prata se valorize em antecipação à queda dos juros e do retorno real dos títulos americanos, o que deve ocorrer durante a provável desaceleração do crescimento no país e no quarto trimestre de 2022 ou início de 2024", destacaram os analistas do Citi. "Isso deve pressionar o dólar”, disseram os economistas do Citi, que preveem um enfraquecimento maior das taxas nos EUA e da moeda americana.
Apesar de alguns especuladores do mercado visualizarem um possível corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve já em setembro, mesmo com a postura mais rígida adotada por alguns membros mais hawkish do banco central em relação à política monetária, os analistas do Citi acreditam que a prata apresenta fundamentos sólidos para um desempenho melhor.
"Tudo isso deve impulsionar a demanda por ETFs com exposição à prata", escreveram os analistas, referindo-se a produtos negociados em bolsa que têm como base o metal precioso. "Uma competição menor por capital de investimento de outras classes de ativos também deve sustentar o preço da prata, à medida que os mercados começam a precificar cada vez mais os riscos de recessão nos EUA".
Os estrategistas do Citi também mencionaram a possível demanda por prata proveniente da China no segundo semestre deste ano.
"Nossos economistas esperam que a China continue se recuperando gradativamente, e qualquer melhora no sentimento em relação ao crescimento dos mercados emergentes poderia ser um fator a mais a favor da prata - a demanda por prata nos mercados emergentes está fraca, com China e Índia reduzindo seus estoques".
"Nossa expectativa é que a demanda da China se recupere no segundo semestre de 2023 com medidas adicionais de estímulo do PBoC".
A Índia também foi identificada como um mercado promissor pelos analistas.
"A China é um mercado sensível a preços que pode continuar reduzindo seus estoques devido aos valores mais altos em 2023. A lenta recuperação econômica da China afetou a demanda por prata, com os prêmios locais caindo para 0,3% em abril. Outras medidas de incentivo econômico na China poderiam se traduzir em uma demanda mais forte pela prata no segundo semestre deste ano”.