Investing.com - A escalada das tensões no Oriente Médio impulsionava os preços do petróleo na manhã desta sexta-feira, 12, após ataques aéreos dos EUA contra alvos do grupo rebelde iemenita houthi, apoiado pelo Irã, elevando o risco de mais interrupções no fornecimento da região.
Segundo a mídia, os EUA bombardearam diversas áreas sob controle dos houthis no Iêmen na noite de quinta-feira, 11, em resposta à apreensão de um navio-tanque iraquiano pelo Irã no Golfo de Omã.
A crise com o Irã e a ofensiva dos houthis levaram vários transportadores a evitar a área, indicando possíveis atrasos nas remessas de petróleo bruto pelo Canal de Suez.
O conflito entre Israel e Hamas, que está no centro da recente turbulência no Oriente Médio, continuou sem trégua.
O temor de que os confrontos na região comprometam o abastecimento de petróleo em 2024 sustentou os preços da commodity nas últimas semanas.
O preço do barril do petróleo tipo Brent saltava 4%, para US$ 80,50, enquanto o de WTI avançava 4,14%, para US$ 75, às 8h50 de Brasília, no mercado futuro.
Oriente Médio sustenta petróleo diante de cenário adverso
O receio de cortes no fornecimento fez os preços do petróleo subirem, apesar de uma série de fatores negativos nesta semana, mas ainda assim encerraram a semana com desempenho modesto.
Dados de quinta-feira mostraram que a inflação ao consumidor dos EUA acelerou um pouco mais do que o previsto em dezembro, diminuindo as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) iniciaria um ciclo de redução dos juros no começo deste ano.
Antes disso, dados de estoques dos EUA na quarta-feira revelaram um aumento surpresa nos estoques de petróleo, com as reservas de gasolina e destilados acumulando pelo segundo período consecutivo. O relatório mostrou que a demanda no maior consumidor de combustíveis do mundo permaneceu fraca, com uma forte tempestade de inverno afetando ainda mais as viagens no país.
Os preços do petróleo tiveram um começo de semana ruim, depois que o principal exportador, a Arábia Saudita, cortou os preços de venda de petróleo para a Ásia e partes da Europa, enfrentando uma concorrência acirrada e uma demanda enfraquecida.
A queda dos preços da commodity, que recuaram mais de 10% em 2023 e caíram ainda mais na primeira semana de 2024, estimulou uma onda de compras de oportunidade nesta semana. Desconsiderando as interrupções no Oriente Médio, espera-se que os mercados de petróleo permaneçam amplamente bem supridos no início de 2024, com a produção recorde dos EUA, enquanto a demanda deve arrefecer devido à pressão das altas taxas de juros e inflação.
O principal importador mundial de petróleo, a China, também deve ver uma demanda mais fraca, à medida que uma recuperação econômica pós-covid enfrenta dificuldades no país. Os dados de inflação e comércio de dezembro serão divulgados na sexta-feira e devem trazer mais pistas.