Investing.com - Os preços do petróleo avançavam ligeiramente nesta terça-feira, 26, em meio a preocupações com a atividade econômica, diante da política de “juros altos por mais tempo” do Federal Reserve, responsável por dar força ao dólar.
Por volta das 11h30 de Brasília, o barril de West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os Estados Unidos, avnçava 0,49%, a US$ 90,12, enquanto o Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), cedia 0,29%, a US$ 92,15, no mercado futuro.
Ambos os contratos alcançaram as máximas de 10 meses na semana anterior, com o Brent se aproximando dos US$ 96 por barril e o Texas atingindo US$ 91 pela primeira vez em 2023.
Petróleo sente alta do dólar e juros mais altos
O tom mais rígido adotado pelo Federal Reserve na semana passada fez com que os operadores ficassem mais cautelosos em relação a novos aumentos nas taxas de juros dos EUA, o que poderia ter um impacto negativo na atividade econômica este ano, prejudicando a demanda por petróleo.
Essa postura mais firme provocou a alta das taxas dos títulos do Tesouro americano, fazendo o dólar tocar a máxima de 10 meses, o que torna o petróleo mais caro para os compradores internacionais, na medida em que é negociado na divisa americana.
“Os preços do petróleo em alta se tornaram a nova preocupação para os bancos centrais, intensificando o atual dilema: como equilibrar a desaceleração econômica, a inflação ainda elevada e o impacto tardio dos aumentos de juros”, afirmaram analistas do ING em um comunicado.
“Equilibrar o crescimento e a inflação ficou ainda mais complicado, e as futuras decisões de juros dependerão não apenas dessas duas variáveis, mas também da credibilidade dos bancos centrais.”
Preocupação com a economia da China
Outro fator que pesava sobre o mercado nas negociações de hoje eram as preocupação com o vigor da recuperação econômica chinesa, especialmente depois que a empresa China Evergrande (HK:3333) anunciou que não conseguia mais emitir novas dívidas, colocando em destaque a crise no importante setor imobiliário do país.
Várias corretoras e bancos de investimento de grande porte rebaixaram suas projeções para o crescimento econômico da China neste ano, com a previsão oficial do governo de 5% agora sendo vista como otimista.
Importantes dados do índice de gerentes de compras da China para setembro serão divulgados mais tarde na semana, e a expectativa é que mostrem uma contínua fraqueza na atividade empresarial do maior importador de petróleo do mundo.
Expectativa de queda nos estoques petrolíferos dos EUA
O barril de petróleo chegou a flertar com a marca de US$ 100 na semana passada, devido às expectativas de mercados de combustíveis mais restritos no hemisfério norte, depois que Moscou anunciou uma proibição de exportação de combustíveis, além dos profundos cortes na produção da Arábia Saudita e da própria Rússia.
Os números de sondas em operação nos EUA também atingiram a mínima de 1 ano e meio na última semana, enquanto dados recentes mostraram uma queda consistente nos estoques de petróleo.
O Instituto Americano de Petróleo divulgará sua previsão dos estoques de petróleo bruto dos EUA mais tarde na sessão. A expectativa é que mostre outro declínio, embora não tão acentuado quanto a queda da semana anterior, que foi de mais de 5 milhões de barris.
(Ambar Warrick contribuiu para esta reportagem. Tradução de Julio Alves).