Investing.com — O Bank of America (NYSE:BAC) prevê mais riscos de queda para os preços do petróleo, com o Brent provavelmente se estabilizando em torno de US$ 70 por barril.
Em uma nota divulgada na quinta-feira, a equipe de commodities do banco compartilhou uma visão cautelosa sobre o mercado de petróleo, citando diversos fatores, como a dinâmica de oferta da Opep e o crescimento da produção fora do cartel.
“Nossa projeção básica é de US$ 70/barril (valor que acreditamos já estar precificado), mas vemos mais risco de queda nos preços do petróleo do que de alta (a capacidade ociosa da Opep poderia facilmente cobrir a maior parte dos cenários de barris ameaçados por um conflito mais amplo no Oriente Médio)”, destacaram os estrategistas.
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Um fator-chave para esse risco é a possibilidade de a Opep adicionar 2 milhões de barris por dia ao mercado, além do crescimento esperado da produção fora do grupo, de 1,6 milhão de barris por dia. O BofA projeta que a demanda global de petróleo deve crescer apenas 1 milhão de barris por dia no próximo ano.
“Nossa projeção para a Opep é de um retorno muito lento dos ~2mbd, o que sugere cerca de 6-7% da demanda como capacidade ociosa da Opep, de acordo com a firma de dados de energia Woodmac,” continua a nota.
“Essa participação cedida já foi maior no passado, mas geralmente apenas em quedas de demanda inesperadas e de curta duração, não como norma. Para nós, isso sugere um potencial de alta limitado para o preço do Brent a US$ 70 e uma possível queda caso a Opep recupere sua participação.”
No cenário atual, os estrategistas do BofA afirmaram preferir ações ligadas ao gás, especialmente empresas do segmento midstream. Eles apontam que, embora haja atualmente um excesso de oferta de gás, as perspectivas de médio prazo estão melhorando, com catalisadores positivos esperados para 2025, quando o crescimento de data centers e a demanda por gás natural liquefeito (GNL) começarem a acelerar.
A equipe acredita que o mercado está subestimando o potencial de geração de fluxo de caixa livre (FCL) de suas empresas favoritas, algumas das quais podem ver os dividendos aumentarem em 50% até 2027.
A Cheniere Energy (NYSE:LNG) continua sendo a principal recomendação de compra do BofA, com o banco prevendo um ponto de inflexão no FCL para mais de US$ 20 por ação nos próximos três anos.
Outras ações de energia recomendadas com classificação de compra incluem Kinder Morgan (NYSE:KMI), Williams Companies (NYSE:WMB) e Chevron (NYSE:CVX), entre outras.