SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) informou que quatro dos membros de seu conselho de administração rejeitaram indicação para recondução aos cargos, prevista para ser confirmada na próxima assembleia-geral extraordinária da companhia.
Os conselheiros João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha deixarão o colegiado, disse a estatal em comunicado ao mercado divulgado na noite de terça-feira.
A decisão dos membros do conselho ocorre após o presidente Jair Bolsonaro ter indicado em 19 de fevereiro um novo presidente para a Petrobras, o general reformado Joaquim Silva e Luna, que deve assumir o posto após o final do mandato do atual CEO, Roberto Castello Branco.
A indicação de Luna veio após reclamações de Bolsonaro sobre a política de preços da Petrobras, em meio a reajustes nos valores dos combustíveis.
O conselheiro Cunha disse, em mensagem dirigida ao presidente do conselho, que decidiu sair após o governo anunciar a mudança no comando da estatal.
"Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados às alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como conselheiro desta renomada empresa, na qual tive o privilégio de servir nos últimos sete meses", afirmou ele, conforme divulgado pela Petrobras.
"A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparada nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial", acrescentou ele.
Souza e Silva disse que eu mandato foi "interrompido inesperadamente" e registrou "respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela diretoria executiva e pelos funcionários", segundo a Petrobras.
Já Neto e Ziviani informaram apenas que não aceitaram a recondução proposta pelo governo "por razões pessoais", disse a companhia no comunicado.
A recondução dos conselheiros havia sido proposta pela União em ofício do Ministério de Minas e Energia em 19 de fevereiro.
A Petrobras acrescentou ainda que eventuais substitutos indicados pelo governo para as cadeiras no conselho "serão submetidos ao processo de análise de gestão e integridade da companhia e objeto de análise pelo Comitê de Pessoas".
(Por Luciano Costa; Edição de Eduardo Simões)