Investing.com – As compras de Bancos Centrais devem ser o principal gatilho positivo para o mercado do ouro no próximo ano e além, enquanto a perspectiva econômica americana pode trazer alguns ventos contrários de curto a médio prazo, argumentou o grupo suíço Julius Baer em nota enviada ao mercado nesta quinta-feira, 19 de dezembro.
“Vemos a compra de ouro do banco central como a força estrutural mais forte no mercado de ouro, não apenas em 2025, mas além. Os reveses de curto prazo devem, portanto, ser vistos como oportunidades de compra de longo prazo”, destacou no documento.
Por outro lado, o Julius Baer entende que a consolidação atual do metal dourado pode continuar no curto e médio prazo diante das projeções para a economia americana, que reduziu juros, em linha com o esperado pelo mercado, mas indicou menos cortes no ano que vem.
Ontem, o mercado da commodity foi abalado por esse anúncio, o que, segundo o Julius Baer, demonstra que o ouro não seria uma proteção contra a inflação em si.
“No longo prazo, a retomada das compras do banco central deve empurrar os preços para cima novamente”, reforça Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do Julius Baer, apontando ainda que “um ano extraordinário para o ouro está chegando a um fim extraordinário”.
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O ouro e proteção contra a inflação
O anúncio do Federal Reserve dos Estados Unidos indicaria que o ouro não é uma proteção contra a inflação em si, ainda que tenha essa reputação, na visão do especialista do Julius Baer.
“Ele não protege contra uma boa inflação, resultante de uma economia forte - como nos EUA - que é combatida por uma política monetária mais restritiva. Em contraste, o ouro protege contra a inflação ruim relacionada à política fiscal e monetária irresponsável, levando a uma perda fundamental de confiança em uma moeda e resultando em uma desvalorização massiva”, argumenta.