LONDRES/MOSCOU (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, liderados pela Rússia, estão prontos para ajustar os planos e aumentar gradualmente a produção da commodity em dois milhões de barris por dia nos próximos meses, dependendo das condições do mercado, disse o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, neste domingo.
Ele falou em uma reunião de especialistas da Opep e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, de acordo com comentários publicados pela Opep. O grupo Opep+ se reunirá na segunda-feira para decidir as políticas de produção para o mês de fevereiro.
Em dezembro, a Opep+ decidiu acrescentar 500 mil barris por dia a partir de janeiro como parte de um aumento de produção na ordem de 2 milhões de barris por dia, mas alguns membros ainda questionam a necessidade de uma nova elevação a partir de fevereiro devido ao aumento das infecções por coronavírus.
A Opep+ se viu forçada a diminuir a produção de um patamar recorde em 2020, uma vez que as políticas públicas para controlar a propagação do vírus, como lockdowns e isolamento social, diminuíram a demanda por combustíveis.
Primeiro, diminuiu a produção para 9,7 milhões de barris por dia. Em seguida, caiu para 7,7 milhões e, finalmente, para 7,2 milhões a partir de janeiro.
Barkindo disse que a Opep agora espera que a demanda global de petróleo suba para 95,9 milhões de bpd em 2021, uma alta de 5,9 milhões de barris por dia, uma vez que a economia global deve crescer 4,4%.
Embora o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus tenha injetado otimismo na economia global e nos mercados de petróleo, o aumento na demanda ainda não levaria o consumo aos níveis pré-pandêmicos de cerca de 100 milhões de barris diários.
A última previsão da Opep em dezembro foi menor do que a estimativa anterior, que previa um aumento de 6,25 milhões de bpd em 2021, o que se deve ao impacto prolongado da pandemia do coronavírus.
(Por Vladimir Soldatkin, Alex Lawler e Dmitry Zhdannikov)