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Diesel recua nos postos do Brasil com produto importado mais barato, diz ValeCard

Publicado 17.11.2023, 14:41
© Reuters. Bocal de bomba para abastecimento de combustível em posto de Brasília
29/03/2023
REUTERS/Adriano Machado
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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O preço médio do diesel S-10 nos postos brasileiros recuou 0,39% entre os dias 10 e 16 de novembro, na comparação com a semana anterior (3 a 9 de novembro), com impacto da importação do produto com preços mais baixos que no Brasil, apontou nesta sexta-feira pesquisa da ValeCard, empresa especializada em soluções de mobilidade.

O S-10, diesel mais consumido do Brasil, atingiu valor médio de 6,408 por litro na segunda semana do mês, uma queda de 0,025 real por litro ante a semana anterior, segundo o levantamento feito com base em transações realizadas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todos os Estados.

Em nota, o head de Inovação e Portfólio da ValeCard, Brendon Rodrigues, destacou que o recuo nos postos ocorreu apesar de um aumento de 6,6% no valor médio do diesel vendido nas refinarias da Petrobras (BVMF:PETR4) em 21 de outubro.

"O preço do diesel nos postos apresentou queda nesta semana devido à importação do combustível, que está mais barato no mercado internacional por causa da redução na cotação do barril do petróleo", disse Rodrigues.

A ValeCard citou dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que apontaram em relatório nesta semana que a Petrobras teria que reduzir em 0,19 real por litro o preço médio nas refinarias para atingir a paridade de importação.

O mercado sofre influência de outros agentes além da Petrobras, pois conta com outras refinarias privadas e importa cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina, o que também interfere na precificação dos custos das distribuidoras aos postos.

A ValeCard citou que as importações de diesel pelo Brasil em outubro totalizaram 1,23 bilhão de litros, um aumento de 6,9% frente ao observado em setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou nesta sexta-feira uma redução de preços de combustíveis pela Petrobras nas refinarias, em especial do diesel, afirmando que "já esperava" uma manifestação da estatal desde o último reajuste realizado há mais de 30 dias.

Em entrevista à GloboNews, Silveira disse ver "possibilidade real" de redução de preços do diesel de 32 a 42 centavos por litro, e da gasolina, de 10 a 12 centavos por litro, dada a queda do preço do petróleo Brent desde o último reajuste anunciado pela Petrobras.

Os repasses de reajustes de preços da Petrobras cobrados nas refinarias aos consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de fatores como margem da distribuição e revenda, adição de biocombustíveis e impostos.

GASOLINA E ETANOL

O preço médio da gasolina nos postos do Brasil, por sua vez, ficou praticamente estável na segunda semana de novembro, ante a anterior, com alta de 0,02%, para 5,863 reais por litro.

"Após cair 1% em outubro e 0,32% na primeira semana de novembro, o preço da gasolina tem tendência de pouca variação até que haja um novo reajuste da Petrobras em decorrência de fatores externos", disse Rodrigues.

Já o etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, subiu 0,27% na mesma comparação, a 3,700 reais por litro.

© Reuters. Bocal de bomba para abastecimento de combustível em posto de Brasília
29/03/2023
REUTERS/Adriano Machado

"Após as sucessivas quedas em outubro e na primeira semana de novembro, a alta do etanol nesta semana pode ser um sinal que o mercado entrou em fase de acomodação dos preços", disse Rodrigues.

Segundo cálculos da ValeCard, o etanol ficou mais competitivo que a gasolina nas unidades federativas de Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo.

 

(Por Marta Nogueira)

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