LONDRES (Reuters) - A China e a Índia precisarão explicar aos países em desenvolvimento por que pressionaram para suavizar a linguagem do texto do acordo que definia a eliminação do uso de carvão na COP-26, disse o presidente do evento, Alok Sharma, neste domingo.
As negociações climáticas da ONU em Glasgow, na Escócia, terminaram no sábado com um acordo que tinha como alvo, pela primeira vez, os combustíveis fósseis.
Mas a Índia, apoiada pela China e outras nações em desenvolvimento dependentes do carvão, rejeitou uma cláusula que pedia "eliminação gradual" do uso de energia a carvão, e o texto foi alterado para "redução gradual".
"Em termos de China e Índia, eles terão que se explicar nesta questão em particular", disse Sharma em entrevista coletiva em Downing Street, em Londres.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse: "Se o termo usado foi 'eliminar gradualmente' ou 'reduzir gradualmente', não parece para mim, como falante de inglês, fazer tanta diferença."
"A direção é praticamente a mesma."
Johnson disse que a COP-26 cumpriu a missão de cortar o uso de energia movida a carvão, algo que foi respaldado por ações reais dos países.
"Quando você soma tudo isso, não há dúvida de que Glasgow representou o fim da linha para a energia à base de carvão", disse ele em entrevista coletiva.
(Reportagem de Paul Sandle)