Investing.com – Após alta nas ações de mineradoras como Vale (BVMF:VALE3) e Rio Tinto (LON:RIO) diante da perspectiva de mudança na política monetária chinesa, o que pode impulsionar a economia do gigante asiático, o UBS divulgou relatório em que detalha os motivos pelos quais ainda possui uma visão mais cautelosa, reforçando recomendação neutra para as ações das duas companhias, além da BHP.
O preço-alvo da Vale (NYSE:VALE) é de US$11,50, enquanto o da BHP (ASX:BHP) é de A$42 e o da Rio Tinto (ASX:RIO) é de A$124. Com a perspectiva de que o minério fique em torno de US$106/tonelada, a projeção é de rendimento de FCF à vista das companhias entre 5% e 7% no ano de 2025, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta semana.
Perspectivas de longo prazo para o minério de ferro
Os analistas Myles Allsop, Lachlan Shaw, Daniel Major, Sharon Ding, Steve Friedman, Arthur Lu e Andrew Jones detalham que, na semana passada, tanto a mineradora brasileira quanto a Rio Tinto realizaram seminários indicando perspectivas positivas para os fundamentos do minério de ferro, com demanda estável, mas oferta inferior diante de permissões e esgotamento.
“As nossas previsões de demanda a longo prazo para o minério de ferro são semelhantes, mas somos cautelosos, pois esperamos que o mercado seja excedente nos próximos 3 anos”, ponderam os analistas do UBS, que estimam um preço de longo prazo para o minério de ferro em US$85/t, inferior ao previsto pela Vale de maior que US$90/t.
As estimativas da Vale são de aumento da produção global de aço, apesar de moderação na demanda chinesa, diante da urbanização, crescimento populacional, entre outros fatores. Mesmo com menos fôlego da China, isso seria mais do que compensado pela expansão na Índia e no Sudeste Asiático.
Com o mercado esperando uma “política fiscal mais pró-ativa e uma política monetária moderadamente frouxa” em 2025, o UBS enxerga sinais fundamentalistas ainda fracos para a demanda, diante de uma oferta robusta.
“Na nossa opinião, as perspectivas para 2025 permanecem incertas devido ao excesso de guerra comercial e às ações de estímulo efetivas até à data”, completaram os analistas.