A Black Friday chegou! Não perca até 60% de DESCONTO InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Entenda Por Que o Petróleo pode Ficar Estável ou Até Mesmo Cair nos Próximos Meses

Publicado 20.08.2020, 08:56
LCO
-
CL
-
NYF
-
LIGT3
-
GPR
-

Publicado originalmente em inglês em 20/08/2020

Surgem cada vez mais evidências de que os preços do petróleo podem cair nos próximos meses. Embora a percepção comum desde março seja a de que veríamos uma recuperação ininterrupta, ainda que lenta, do mercado, estamos percebendo que talvez esse não seja o caso. Apresentamos a seguir os argumentos que nos fazem crer que os preços do petróleo podem cair:

Números positivos de demanda geram pouco impacto

Nos últimos meses, os preços permaneceram bastante estáveis. O barril de Brent ficou um pouco abaixo dos US$ 46 e o do WTI permaneceu consolidado entre US$ 40 e US$ 43.

WTI Futuro - Gráfico Diário

Notícias positivas sobre a demanda não conseguiram alçar os preços acima dessas faixas. Embora as ações do setor ainda estejam acima da média de cinco anos, não há uma falta de sintonia significativa entre produção e consumo como em abril e maio; mesmo assim, a cotação do petróleo permaneceu inerte.

A boa notícia para os preços do petróleo é que, nas últimas quatro semanas, a Administração de Informações Energéticas (EIA) registrou declínios em seus estoques. Mesmo assim, os preços do produto não subiram e, a cada semana, as retiradas se tornam menores.

Os estoques petrolíferos nos EUA caíram 10,6 milhões de barris na semana encerrada em 24 de julho e, na semana até 31 de julho, a queda foi de 7,4 milhões de barris. Na semana passada, o armazenamento de óleo no país teve um decréscimo de 4,5 milhões de barris, ao passo que, na semana até 14 de agosto, a redução foi de apenas 1,6 milhão de barris.

Agora, se houver uma contração maior ou uma interrupção completa das retiradas de estoque, os preços podem entrar em tendência de queda.

Compras do petróleo americano pela China devem desacelerar

As exportações petrolíferas dos EUA para a China também aumentaram recentemente, mas isso pode mudar.

Em agosto, as remessas de óleo dos EUA para o país asiático atingiram a máxima recorde. Aparentemente, a China se dispôs a elevar as aquisições para demonstrar que está se esforçando para cumprir o acordo de comprar o equivalente a US$ 25,3 bilhões em combustíveis dos EUA. Além disso, a Arábia Saudita não ofereceu o desconto esperado pelos clientes asiáticos para o petróleo Arab Light (SA:LIGT3), o que acabou deixando o WTI mais atraente para a China. Um volume igualmente grande de petróleo americano está sendo embarcado para a China em setembro.

O país elevou suas aquisições do óleo americano antes da revisão planejada para este mês do acordo comercial. Entretanto, como os preços do petróleo estão tão baixos, basicamente não existe uma forma de a China cumprir os requisitos previstos no acordo para a compra dos combustíveis dos EUA. O mais provável, portanto, é que, assim que ocorrer a revisão das tratativas, a China diminua suas aquisições do óleo americano. (Essa revisão deveria ter ocorrido em 15 de agosto, mas foi prorrogada. Ainda não foi definida uma nova data, sendo possível que a prorrogação fique indefinida, já que as tensões entre os dois países não param de aumentar).

Além disso, está havendo na China um grande congestionamento de petroleiros que querem atracar em seus portos. Parte do problema é que a demanda de produtos petrolíferos na Ásia não está tão forte quanto se esperava e as refinarias chinesas compraram petróleo demais em junho, quando os preços estavam mais baixos. A abertura prevista de um novo ancoradouro para descarregar o petróleo deveria ocorrer agora em agosto, mas está bastante atrasada, provocando um acúmulo ainda maior de ordens pendentes.

Quanto mais petróleo a China compra dos EUA, mais vistosos se tornam os números americanos. Mas os dados do país têm uma influência superdimensionada na cotação do óleo, por conta do seu volume de produção, da sua transparência na divulgação das métricas e do foco que muitos traders dedicam às suas métricas. A redução dessas compras poderia, portanto, ter um impacto negativo nos preços do petróleo.

Crescimento da demanda nos EUA pode arrefecer

A demanda de gasolina nos Estados Unidos geralmente desacelera em setembro com o fim da temporada de viagens automotivas de verão, embora os deslocamentos tenham sofrido restrição em 2020 por conta do vírus.

Futuros da Gasolina - Gráfico Semanal

A alta nas viagens no outono pode ser ver afetada pelo enorme número de pessoas que ficaram desempregadas ou estão trabalhando de casa, sem falar que muitas escolas ainda não reabriram. As refinarias dos EUA geralmente ficam inoperantes durante a estação para realizar trabalhos de manutenção regulares, e não há uma indicação de que existam planos de atrasar esse processo. Isso impactará os dados semanais da EIA, na medida em que as refinarias retirarão menos petróleo dos estoques e consumirão menos óleo em geral devido às manutenções.

A demanda de combustível de aviação ainda é baixa por conta do vírus e continuará deprimida pelas limitações às viagens de trabalho e lazer. Da mesma forma, a demanda de diesel ficou estável durante todo o verão e deve continuar assim ou piorar se a recessão econômica se aprofundar.

Conclusão

Nos Estados Unidos, assim como na Austrália, em partes da Europa e outras regiões do mundo, o retorno às atividades normais está sendo tolhido pelo medo. Existe um debate em torno dos esforços que uma sociedade deve despender para lidar com seus problemas gerados pelo coronavírus. A Suécia manteve sua economia aberta. Outras partes do mundo se fecharam quase que completamente. Mas agora devemos levar em consideração que, mesmo após o fim das respostas governamentais, as pessoas podem continuar sentindo muito medo de retornar imediatamente à rotina normal.

Franklin Templeton publicou um estudo seminal sobre essa questão. Há meses temos dito que a recuperação do mercado petrolífero (e da economia) ocorrerá em três partes:

  1. Superação do vírus e as respostas governamentais;
  2. Superação do medo da população; e
  3. Superação do dano econômico residual.

A oferta petrolífera da Opep e da Rússia deve continuar estável ou aumentar levemente. A menos que os EUA registrem uma forte alta na atividade industrial e econômica, é bem provável que a demanda petrolífera continue estável ou até mesmo caia no outono e inverno. Nesse caso, os preços tendem a decair à medida que nos aproximamos do fim do terceiro trimestre e adentramos o quarto.

Outro evento que pode exercer pressão positiva sobre a cotação do petróleo seria uma vitória do ex-vice-presidente Joe Biden na eleição presidencial. Nos últimos anos, os EUA se tornaram o maior produtor mundial de petróleo, mas muitos aliados políticos de Biden gostariam de ver uma diminuição considerável na produção do país, principalmente de shale oil e off-shore. Uma nova política energética dos democratas poderia aumentar a possibilidade de haver uma produção petrolífera significativamente menor nos EUA.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.