Pois é, contra fluxo não há mesmo argumento. E ontem o dólar desabou por aqui! O dólar à vista fechou cotado a R$ 5,1667 para venda. Os movimentos muito acentuados em sentido contrário do que estavam ocorrendo (dólar vinha subindo muito) são comuns no câmbio no Brasil. Muita gente realiza posição após movimentos exacerbados da moeda.
Alguns analistas falaram ontem que parte da queda do valor do dólar ante o real foi devido a declaração do ex-presidente do Banco Central do governo Temer, Henrique Meireles. Ele disse que apoiará Lula e, portanto, essa eventual participação de Meirelles, um liberal, na pasta econômica do governo Lula aliviaria temores sobre uma administração fiscalmente danosa ao longo dos próximos anos caso o petista vença as eleições (Lula fala em não respeitar o teto de gastos). Eu não acho que a declaração de apoio ao candidato do PT influenciou no câmbio. Até porque não vi em nenhum lugar escrito que Meirelles entraria em alguma pasta do “talvez futuro governo”.
O que podemos garantir para o mercado é a volatilidade nos próximos dias pré-eleição e a tendência de alta por causa da alta de juros pelo mundo a fora e possível recessão mundial.
O foco do mercado hoje e amanhã será a decisão da taxa de juros dos EUA. Por aqui, nem os economistas se entendem. Paulo Guedes falou em ficar nos 13,75%, já Campos Neto vê espaço para mais 0,25% e chegar a 14%. Lá nos EUA subir mais 0,75% é o que a maioria acredita, mas tem quem aposte em 1%. Quanto mais alto o juro aqui do que lá, mais atrativo o real fica e vice versa.
O real tem sido destacado por várias instituições financeiras como uma dessas moedas que tem se saído melhor entre os mercados emergentes por oferecer retornos atraentes em estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em um país de juro baixo e aplicação desse dinheiro numa praça mais rentável.
Para hoje, no calendário acompanharemos o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE. E seguimos com mais do mesmo, ou seja, a guerra na Ucrânia, os lockdowns na China, as eleições aqui e a crise de abastecimento de gás na Europa.
Bons negócios, turma! Muito lucro e calma!