A moeda brasileira apresentou na sexta-feira um dos piores desempenho frente ao dólar, em uma sessão marcada pela ansiedade em torno do setor bancário americano, incerteza sobre altas de juros com dados ambíguos do Payroll e também desconforto com a inflação mais forte do que o esperado aqui no Brasil.
Fechamos a semana passada com aversão a risco (a moeda norte americana encerrou cotada a R$ R$ 5,2082 para Venda), após o fechamento do Silicon Valley Bank (SVB), o maior banco dos EUA a quebrar desde a crise financeira de 2008. Aqui, após a divulgação do IPCA acima do esperado, agentes correram para realizar lucros acumulados com a moeda brasileira e recompor posições defensivas, uma vez que o dólar apresentava queda expressiva na semana (movimento atribuído em grande parte ao otimismo com a expectativa pelo anúncio do novo arcabouço fiscal).
A previsão do mercado, seguindo as promessas do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é que ele apresentará a nova regra fiscal nesta semana a Lula, a quem caberá a "palavra final". Mas seguiremos voláteis no câmbio, oscilando entre otimismo com o fiscal e receios com juros nos EUA.
Por um lado, a perspectiva de manutenção de diferencial de juros interno e externo ainda elevado estimula as operações de carry trade e, ao lado da melhora dos preços das commodities, abrindo espaço para queda do dólar no mercado doméstico; por outro, o ambiente ainda de incertezas políticas e fiscais jogam contra a moeda brasileira.
Para hoje, o calendário econômico mostrará aqui no Brasil o boletim Focus. Na Europa, temos o encontro do Eurogrupo.
Bons negócios e muito lucro a todos!