Urrúúú, Ibovespa rumo aos 300 mil pontos, última chance de embarcar!!! Você compra?
Desculpe, eu sou um péssimo vendedor. Sempre fui. Não consigo vender Kinder Ovo para criança.
Cada um na sua vocação.
O bom vendedor dificilmente será um bom investidor, e vice-versa. Na média, talvez ocorra até mesmo uma correlação negativa entre esses dois arquétipos.
"I'm in love with the shape of you", mas todos nós os demais, os reles mortais, precisamos de marketing tanto quanto de oxigênio.
A lição que fica não é a mesma que vai. O investidor formidável dificilmente combina com o vendedor.
Por quê?
Coloque-se por um momento no lugar do investidor contrário, que enxerga antes dos outros e à revelia dos outros.
Por definição, esse é um sujeito que concebe a existência de um ativo bom a preço de banana (na época de Graham), ou de um ativo excelente a preço justo (com sorte, na época atual).
Enquanto isso, o vendedor arquetípico vive a promover justamente o contrário: ativos ruins a preços normais ou ativos normais a preços caros.
No entanto, quando nos tornamos sócios de Bill Bonner lá atrás, aprendemos com ele algo curioso: existe um atalho para vender muito sendo um mau vendedor!
Quanto mais você entrega de mão beijada para o seu leitor, mais ele lhe dará em troca.
Quanto menos você o ilude, mais ele lhe dará em troca.
Verdade, transparência e "ownership" vendem.
Mentiras e fanfarronices não vendem, afastam o leitor.
Especialmente quando o leitor é um assinante que, idealmente, passará um looongo tempo convivendo ao seu lado.
Os modelos de assinatura estão tão em voga no pós-modernismo menos porque barateiam custos (toda essa merda sobre "escalabilidade") e mais porque alinham os interesses de longo prazo entre comprador e vendedor.
Qualquer bom investidor percebe esse tipo de coisa.