O Brasil passa por um momento grave. A crise causada pelo coronavírus tem trazido novos desdobramentos a cada hora, mas nos últimos dias fomos surpreendidos com uma crise política. Entre outros problemas que não vou citar agora, este cenário gera um clima de incertezas no país e favorece a volatilidade do mercado. Diante disso, é fundamental buscar alternativas para proteger o seu patrimônio e uma saída interessante é o investimento no exterior.
É bem provável que você já tenha pensado no assunto, mas desistiu por conta da burocracia e do câmbio. Mas estou aqui para ajudar e vou falar sobre algumas opções ao longo do artigo.
Vale ressaltar um ponto. Se você for um investidor qualificado, ou seja, tiver mais de 1 milhão de reais, as opções são mais diversas. É possível, por exemplo, aplicar em fundos multimercados que alocam os recursos 100% fora do país e BDR’s. Já quem não dispõe de muito dinheiro pode procurar fundos multimercados (FIM) com exposição de até 20% no exterior e os ETF’s.
Mas por que vale a pena? A questão é que o investimento fora ajuda a proteger os seus recursos. Quando surgem crises locais, em geral, o dólar se valoriza e afeta a sua carteira de forma positiva. Mesmo em momentos de instabilidade nas economias internacionais, a capacidade das empresas estrangeiras tende a ser mais alta.
Para exemplificar, a gestora global Franklin Templeton, que gere mais de 1 trilhão de dólares, divulgou um estudo que mostra que o S&P 500, índice com as maiores companhias de capital aberto dos Estados Unidos, é mais resiliente. O material revelou que em seis anos ele obteve uma rentabilidade acumulada de 252% contra 13 meses com 29% de queda. Ou seja, as crises no mercado são menores que momentos de "bull market".
Além disso, mercados na Europa e nos EUA são mais maduros com várias empresas focadas em tecnologia, um setor que tende a ter mais resiliência para passar a crise e que está mais adaptado ao novo cenário que se desenha. Assim, é importante pensar nessa diversificação com empresas e setores que infelizmente ainda não temos no Brasil.
Se o investidor preferir, existe a possibilidade de abrir conta em uma instituição financeira fora do país, mas os procedimentos são mais burocráticos e demorados. O meu objetivo com esse artigo é abrir um leque de opções que estão acessíveis para todos nas plataformas de investimentos aqui no Brasil. Os ETF’s, Fundos Multimercado e de Ações e BDR’s não exigem procedimentos burocráticos para transferência de recursos e não possuem regras tributárias diferentes. Porém, é preciso ficar atento com a baixa liquidez, falta de opções e ao seu perfil.
O importante, vale lembrar, é manter sempre o foco no longo prazo. Às vezes é necessário reorganizar a carteira e buscar alternativas, mas isso deve ser feito de forma estudada e equilibrada.