Quem vive o dia a dia do mercado, provavelmente tem ouvido falar com certa frequência sobre os fundos quantitativos. Já bastante disseminados na indústria financeira norte-americana, eles começam a ganhar cada vez mais espaço no Brasil. Temos visto uma série de assets olhando para esta estratégia, sobretudo, como forma de complementar a tomada de decisão.
Hoje, por exemplo, dos dez maiores hedge funds do mundo, oito se baseiam em análises quantitativas para o processo de investimento.
Mas, o que são exatamente e como eles funcionam?
De forma resumida, são fundos que operam baseados na análise de algoritmos e computação. Eles levam em consideração fatores históricos para a definição de padrões de comportamento e assim identificam assimetrias nos preços dos ativos - que podem ser de qualquer classe - para então ajudar a dar um direcionamento para o investidor.
Mas não é apenas isso. Muitas gestoras têm utilizado tecnologia de leitura facial em discursos de líderes mundiais a fim de identificar indícios de políticas públicas e outras decisões. Há também quem utilize drones para checar o trânsito de navios em portos e entender se, de fato, a demanda reportada é real.
Em tese, este tipo de estratégia ajuda o gestor a evitar os vieses comportamentais nos investimentos. Existem uma infinidade de “armadilhas” e o uso da tecnologia faz com que este risco seja minimizado, ainda que a decisão final seja de um ou alguns seres humanos.
Estudos dizem que a capacidade máxima de leitura de uma pessoa em um dia é de cerca de 400 páginas. Como processar esta quantidade de dados e transformar o conteúdo absorvido em algo prático com resultados no dia a dia?
Tarefa praticamente impossível para uma pessoa e relativamente simples para um robô. Agora imagina processar a quantidade de informação que temos no mundo atualmente? Ninguém é capaz, somente a tecnologia consegue tamanho feito.
Porém, os fundos quantitativos são recomendados para qualquer perfil de investidor?
Obviamente, não. Em geral, este tipo de ferramenta se vale de mercados voláteis para conseguir encontrar oportunidades de investimentos. Por isso, qualquer pessoa que pense em aportar em uma gestora que utilize este tipo de ferramenta deve ter em mente os riscos envolvidos.
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Além disso, vale lembrar que a diversificação é sempre o melhor caminho para evitar prejuízos irreversíveis.
Existem investidores que têm utilizado os robôs de forma individual, sem a ajuda de profissionais. Não é errado fazer isso, mas pode ser arriscado, sobretudo, para quem opera alavancado. A minha dica para quem deseja investir desta forma é buscar a experiência de um gestor.
Dentro de uma asset, existem processos, análises e muita tecnologia. Isto sem falar, claro, nas equipes de gestão formadas dentro dessas empresas. Todo este ecossistema contribui para garantir o melhor resultado possível para os cotistas.
Se você tem dúvidas, deixe aqui nos comentários e busque levantar a maior quantidade de conhecimento possível antes de tomar uma decisão. No longo prazo, seu bolso te agradecerá!