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Você Deve Investir em Fundos de Ações ou em Ações?

Publicado 14.04.2022, 10:07
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Olá, pessoal! Frequentemente, recebo em minhas palestras e redes sociais (@carlosheitorcampani) a pergunta que utilizei no título acima. Com isso, resolvi escrever este artigo para explorar todas as nuances da resposta e orientá-lo(a) da melhor maneira possível, ou seja, com bastante informação. Explorarei todos os prós e contras de se investir em um ou mais fundos de ações (FIAs) ou ter sua própria carteira, investindo e gerenciando os papéis diretamente. Vamos lá?

Custos e benefícios

Como na maioria dos trade-offs da vida, a primeira diferença entre investir em fundos de ações e diretamente em ações é a relação de custo e o que se leva ao pagar aquele custo. Ao se investir em fundos de ações, paga-se a taxa de administração, cujo valor de 2% ao ano é bem comum. Isso significa dizer que, ao escolher investir através de fundos, o investidor sai 2% atrás a cada ano que se renova. Além da taxa de administração, há na maioria dos casos a taxa de performance, cujo valor de 20% é bem frequente. Essa taxa é paga quando a performance do fundo é superior àquela do benchmark, usualmente o índice Ibovespa para FIAs.

Por outro lado, ao se pagar tais taxas, temos alguns benefícios. O mais óbvio deles é que teremos a gestão da estratégia por um profissional que se preparou bastante para estar ali: o gestor do fundo, amparado geralmente por uma equipe de analistas e pesquisadores. Além disso, todo o trabalho de comprar e vender os papéis, bem como analisar o mercado, fica a cargo do gestor e seu time: podemos ir para a praia enquanto eles trabalham. Um ponto ruim ao se investir através de fundos é que você não sabe, em geral, exatamente em que ações está investindo. E, claro, o gestor pode passar por um período ruim e trocar os pés pelas mãos. Há também uma diferença técnica: ao investir em ações, você se torna, de fato e de direito, acionista da empresa, inclusive com direito a voto em assembleias caso a ação seja ordinária. Ao se investir em um fundo, isso não ocorre, pois o acionista passa a ser o fundo e não você.

Há ainda um outro ponto que poucos se lembram, mas que acho relevante: quando optamos por investir através de um fundo, levamos para casa os serviços de uma administradora de recursos, pois a gestora é obrigada a contratar uma para cada fundo. A administradora tem o papel de supervisionar o fundo, bem como, claro, administrá-lo. Investindo em um fundo, a declaração anual de imposto de renda fica extremamente simplificada e recebemos tudo da administradora em um documento super simples, bem como o pagamento do imposto fica sob responsabilidade do fundo, de modo que ao vendermos nossas cotas, recebemos o valor já descontado de IR. Se optarmos por investir diretamente em ações, temos o trabalho de anotar e gerenciar todas as operações, tendo como ônus o lançamento mês a mês das operações ao declarar o IRPF. Além disso, em meses de lucro, é nosso dever pagar o imposto de renda no mês seguinte, bem como calcular esse montante corretamente.

Aspectos tributários

Com relação aos impostos a pagar há diferenças. Ao investir por conta própria em ações, deve-se apurar o imposto a pagar ao final de cada mês do calendário sempre que houver venda de ações (ou recompra se o investidor operar vendido). Se houver lucro, aplica-se a alíquota de 15% (20% em day trades) e o imposto precisa ser pago mediante DARF 6015 até o último dia útil do mês seguinte. Prejuízos passados podem ser compensados com lucros futuros. Já fundos de ações não pagam impostos em seu âmbito ao vender (ou recomprar) papéis, de modo que você só pagará imposto quando decidir vender a cota do fundo. Isso é uma baita vantagem, pois o imposto que, na pessoa física seria paga no mês seguinte, permanece no fundo, engordando a cota e fazendo seu investimento render mais. Acreditem: matematicamente, pagar o imposto apenas ao final, na venda da cota, pode ser uma vantagem e tanto com o passar dos anos.

Mas, como sempre, há o outro lado da moeda. Ao investir em ações, empresas listadas na B3 (SA:B3SA3) são obrigadas a distribuir no mínimo 25% de seus resultados positivos aos acionistas. E dividendos não são tributados. Entretanto, quando investimos por um fundo, os dividendos são recebidos pelo fundo e o gestor, na esmagadora maioria das vezes, opta por não distribuir esse dividendo aos cotistas, com o intuito de engordar a cota e ser comparado positivamente com outras cotas de fundos. Ao contrário de fundos imobiliários, que são obrigados a distribuir dividendos, FIAs não o são. Ao não ser distribuído, aquele dividendo passa a ser ganho de capital e o cotista do FIA, ao se desfazer da cota, pagará 15% de imposto sobre aquele que um dia foi dividendo (e seria isento ao se investir diretamente no papel).

Por fim e não menos importante, lembro que existe isenção total de imposto de renda para pessoas físicas que investem em ações e vendem um montante total inferior a R$ 20 mil reais no mês-calendário. Essa isenção é particularmente interessante para investidores pequenos e não ocorre para fundos de investimento na venda de cotas, mesmo em montantes inferiores a R$ 20 mil.

Diversificação

Fundos de ações têm uma capacidade muito maior de diversificar na comparação com uma pessoa física. Isso porque os custos de transação para um fundo são muito menores. Para investir diretamente um montante de R$ 30 mil, por exemplo, é bem provável que se torne proibitivo um investidor transacionar 30 papéis por mês, o que para um fundo é algo muito pouco oneroso. Além disso, o gestor e seu time têm uma capacidade de análise muito maior. Lembro que há centenas de ações sendo negociadas na bolsa, sem falar nas cerca de 700 BDRs. É virtualmente impossível para uma pessoa sozinha acompanhar e analisar um número dessa grandeza de possibilidades de investimento.

Afinal, qual é a melhor opção?

Essa pergunta não possui uma resposta “one size fits all”, pois depende de cada investidor. Investidores menos sofisticados, que pouco conhecem sobre técnicas de montagem de carteiras de investimento e/ou não têm tempo para acompanhar o mercado e realizar compras e vendas dos papéis, devem investir através de fundos de ações. Por sua vez, investidores sofisticados e que conhecem o mercado e técnicas de gestão e diversificação podem preferir investir diretamente em ações. Nesse caso, há também um aspecto psicológico importante: é preferível errar por conta própria do que se arrepender pelos erros do gestor.

Por fim, e vejo esse caminho como ótima solução, não é preciso abrir mão de um em prol do outro. Em outras palavras, acho saudável investir em fundos de ações e, ao mesmo tempo, ter a sua carteira de investimento direto em papéis da bolsa. Essa carteira deve ter um tamanho adequado tanto em relação ao seu investimento total em ações quanto em relação ao número de papéis que você terá em carteira.

É isso, pessoal. Procurei escrever, mesmo que de maneira sucinta, um texto bastante completo para responder à pergunta que intitula esse artigo. Não obstante, se você entende que há alguma outra diferença relevante ao investir em fundos ou diretamente em ações que não mencionei, comente abaixo, por favor! Por mais que eu estude bastante e prepare meus artigos com extremo zelo, carinho e responsabilidade, posso ter deixado algum ponto relevante passar.

Convido vocês a se conectarem comigo no Instagram @carlosheitorcampani. Frequentemente abro caixinhas de dúvidas e adoro compartilhar conteúdos que julgo relevantes, bem como ajudar a todos da maneira que estiver ao meu alcance.

Um forte e respeitoso abraço.

 

* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, Professor do Coppead/UFRJ, Pesquisador da Cátedra Brasilprev em Previdência e da ENS – Escola de Negócios e Seguros. Ele pode ser encontrado em www.carlosheitorcampani.com e nas redes sociais: @carlosheitorcampani. Esta coluna sai a cada duas semanas, sempre na sexta-feira.

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