Em 2013, as vendas de máquinas agrícolas foram recorde.
Segundo a Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), foram entregues ao consumidor brasileiro 81,3 mil unidades em 2013, um aumento de 19,7% em relação a 2012.
O recorde anterior havia sido registrado há cinco décadas, em 1976, quando foram vendidas 80,2 mil unidades.
Este dado certamente causa espanto, não só pela distancia temporal em que ocorreram, mas pelo contexto da agricultura nacional, que vem há anos incorporando tecnologia, e isso deixa a impressão de que as vendas de máquinas e implementos vinham crescendo.
Figura 1.
Vendas totais de máquinas agrícolas, em mil unidades.
Em 1976, o Brasil produzia 46,9 milhões de toneladas de grãos (Conab), 75,7% menos que na safra 13/14.
A área cultivada saltou de 37,3 milhões de hectares naquele ano para os atuais 56,4 milhões, aumento de 51,6%.
Veja na figura 2 como venda de máquinas e o incremento na produção por hectare não caminham paralelas. A produtividade vem crescendo linearmente desde 1976. Já as entregas de máquinas agrícolas, até 2000, variaram sempre abaixo da produtividade, com inclusive quedas em alguns anos.
Aliás, a correlação destas duas grandezas até 2006, primeiro ano em que as vendas ao consumidor final começaram a crescer de forma importante, é negativa em 0,56.
Figura 2.
Variação de vendas de máquinas agrícolas e produtividade. Base 100= 1976.
Esse comportamento dá a entender que os investimentos para melhorar a produção por hectare nas décadas passadas, foram baseados em insumos modernos, tais como fertilizantes, defensivos, sementes e, ou até mesmo em melhoria de manejo e, menos em máquinas.
Além disso, houve um sucateamento da frota agrícola. Entre 1976 e 1996, vinte anos, as vendas caíram 82,6%. Entre 1996 e 2002, embora as entregas tenham evoluído expressivos 205,7%, até 2006, em quatro anos, caíram 45,7%.
A agricultura atual, de alto desempenho, exige adoção de pacotes tecnológicos completos, com máquinas que melhorem o rendimento por hectare desde o plantio, tratos culturais, até a colheita.
Diante disso, a partir de 2006, as vendas de máquinas agrícolas dispararam. Até 2013, o crescimento das entregas foi de 220,5%.
As vendas de tratores de rodas, que representam 78,0% do setor, aumentaram 216,7% no período. As colhedoras de grãos cresceram 704,37%.
Considerações finais
Embora a perspectiva de vendas seja boa em 2014, no primeiro trimestre foram vendidas 14,9 mil unidades de máquinas agrícolas contra 18,9 mil no mesmo período de 2013.
É preciso considerar que uma máquina agrícola, operando ao redor de mil horas por ano é depreciada, em média, em dez anos. Ou seja, talvez as boas vendas de 2013 indiquem que parte dos investimentos já foi feita e naturalmente haja contenção de vendas em 2014.
Segundo a Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), foram entregues ao consumidor brasileiro 81,3 mil unidades em 2013, um aumento de 19,7% em relação a 2012.