O varejo brasileiro registrou uma queda de 4,1% no volume de vendas em fevereiro em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme indicado pelo Índice de Atividade Econômica Stone (NASDAQ:STNE) Varejo. Esse cenário de redução na atividade também é observado nas análises regional e setorial do índice quando comparado ao ano anterior. No entanto, a análise mensal, já ajustada para sazonalidades, revela variações baixas, sugerindo que os níveis de atividade em fevereiro acompanham os de janeiro.
Resultados de fevereiro apontam cenário geral de queda
Normalmente, fevereiro é um mês delicado para a atividade varejista no país, devido aos efeitos do Carnaval, que, assim como outros feriados não comerciais, tende a exercer um impacto negativo sobre o volume de vendas do varejo, e este ano não foi exceção. Além disso, os resultados do mês também podem ser influenciados pelos reajustes de preços na Educação e pelo início dos pagamentos de tributos, como IPTU e IPVA. Esse cenário reduz a renda disponível das famílias, podendo diminuir a disposição para o consumo.
Essa conjuntura reflete nos resultados do mês, e, entre os segmentos analisados no Índice Stone Varejo, apenas os artigos farmacêuticos apresentaram crescimento de 2,3%. Um resultado que chamou a atenção foi a queda de 2,4% no volume de vendas do segmento de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria, considerando que fevereiro é o segundo mês mais importante para esse segmento, devido ao período de 'volta às aulas', podendo representar cerca de 12% do faturamento anual.
O resultado mais amplo de queda também se refletiu na análise regional, com destaque negativo para as regiões Sul e Sudeste, onde nenhum estado registrou resultado positivo. De fato, entre os estados, apenas Acre, Piauí e Mato Grosso do Sul apresentaram aumento no comparativo anual, reforçando um cenário abrangente de redução nos níveis de atividade.
Comparativo mensal pode servir de alento
Apesar dos resultados negativos, a contextualização do histórico de atividade do mês e a observação do comparativo mensal sazonalmente ajustado trazem algum alento para essa análise.
O resultado mensal do índice trouxe uma pequena variação negativa de 0,3%. Tendência similar de baixas quedas no comparativo mensal também pode ser observada entre os segmentos analisados e entre alguns estados na análise regional.
Isso significa que, apesar da redução geral, o nível de atividade em fevereiro se mostrou similar ao de janeiro, de forma que a indicação de cautela trazida no mês passado se mantém, mas mais meses de análise serão necessários para assegurar uma mudança de trajetória da tendência positiva observada no final do ano passado.
Como alguns costumam dizer que o ano só começa depois do Carnaval, vamos esperar que março traga um aumento do consumo e a retomada do crescimento do volume de vendas do setor varejista.
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