Como já era esperado e estava precificado, o Copom elevou a Selic em 0,5 p.p. após fechamento do mercado. Provavelmente, isso já estava precificado no câmbio.
O que foi diferente do esperado foi o fato de o colegiado manter a porta aberta para novas altas da taxa Selic nas próximas reuniões. No comunicado, diz que diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista. Agora, a taxa Selic passa de 13,25% para 13,75%.
O risco fiscal, juntamente com a persistência de inflação global, são os fatores que podem elevar a inflação no horizonte da política monetária. Em contraposição, uma queda parcial no preço das commodities globais e desaceleração da atividade econômica global maior do que o projetado podem fazer com que a inflação brasileira se arrefeça.
Para o câmbio são importantes as declarações de dirigentes do Fed. Ontem o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, tido como integrante mais conservador do BC americano, afirmou que ainda espera ver a taxa básica de juros no país (hoje na faixa entre 2,25% e 2,50%) atingir de 3,75% a 4%. Isso da força para o dólar.
As tensões geopolíticas desencadeadas pela visita (encerrada nesta quarta) da presidente da Câmara dos Representantes do EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan continuam no radar.
Ontem, o dólar encerrou a sessão a R$ 5,2780. Vamos ver como ficará hoje.
Para hoje, pedidos iniciais por seguro-desemprego nos EUA e mais discursos de dirigentes do Fed.
Bons negócios a todos!