Esqueça o preço das ações. O mercado acaba sendo pressionado ou puxado muito mais por fluxo, no curto prazo, que por fundamentos.
Então, como serão os fundamentos, os resultados de BRF, (SA:BRFS3) no futuro próximo?
Muito difícil dizer, como sempre. Conversando com a empresa, uma corretora anunciou que o 1T18 não virá bom (de novo) e o Ebitda para 2018 dificilmente subiria +30%.
Mesmo despencando de mais de R$ 70 para R$ 20, BRFS ainda negocia a 12x Ebitda (histórico).
Vamos fazer uma conta de padaria. Se este Ebitda subisse 30%, e as ações continuassem a R$ 21, a companhia negociaria a 9x Ebitda.
Veja bem, 9x Ebitda, ao fim de 2018, para uma companhia cíclica e precisando se provar novamente para o mercado não é barato.
Toda aquela confiança que foi criada lá atrás de margem Ebitda acima de 16% foi por água abaixo. A margem hoje é de 8%.
Para mim, BRF é o típico caso do mercado indo longe demais – expectativas irreais foram solidificadas por um ciclo positivo do milho que acabou em catástrofe para o investidor.
E, no meio do caminho ainda temos a ameaça de embargo da carne de frango pela Europa, a disputa no conselho, eleição do CEO, o ciclo do milho, …
Simplesmente não sabemos os reais problemas da companhia e qual seria a dificuldade em resolvê-los.
Claro, a companhia pode resolver seus problemas e as ações dispararem. Mas este não é um risco que eu gostaria de correr.
Prefiro companhias mais baratas, mais fáceis e com muito mais visibilidade de resultados para surfar a melhora na economia doméstica.
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