Após a aprovação da privatização da Eletrobras (SA:ELET3) pelo TCU – Tribunal de Contas da União no dia 18 de maio, faltam apenas alguns trâmites burocráticos para que o Governo deixe de ser o acionista majoritário da empresa. Hoje com cerca de 60%, passará a deter no máximo 45% das suas ações. A previsão para a conclusão do processo é agosto.
Modelos de privatização semelhantes, ocorreram com a Petrobras e a Vale (SA:VALE3). Em ambos houve a possibilidade do trabalhador investir parte do seu FGTS nas empresas. Tal dinâmica ocorre pela possibilidade da empresa se capitalizar, sustentando sua estratégia de crescimento, enquanto oferece ao assalariado CLT a oportunidade de se tornar sócio de uma das gigantes brasileiras.
LEIA MAIS: Veja os fundos que permitem investir na Eletrobras usando o FGTS
Quem é a Eletrobras?
É a maior empresa do setor na América Latina com mais de 76 mil KM de linhas de transmissão (40% do total), gerando 50 mil MW instalados em 105 usinas (29% do total) e possuindo R$ 181 bilhões em ativos.
Por que você deve aderir?
Vou tentar ser o mais claro e objetivo possível. O FGTS rende em média 3% ao ano. Se imaginar que a inflação no Brasil (IPCA), que é a perda de poder de compra do dinheiro, foi em média de 6,1% nos últimos 10 anos, todo ano o dinheiro aplicado no FGTS vem perdendo 3% do seu valor.
É de longe o PIOR investimento que você tem. Com o detalhe de que não há pra onde correr... Salvo em raras janelas de oportunidade como essa.
Para quem está mais familiarizado com a análise fundamentalista, a empresa é negociada a cerca de 10x lucro, 7x EBITDA com um ROE de 9% - números que não demonstram ser o melhor e mais barato negócio do mundo mas dada a previsibilidade de receita, certamente um bem seguro.
De junho de 2018 a maio de 2022, suas ações saíram de R$ 13 para R$ 42, ou seja, triplicaram de valor. Mas o mais importante é a análise qualitativa: a demanda por energia elétrica SEMPRE aumentará, independente do ciclo econômico que o país vivencie. Ninguém desliga a geladeira porque a energia está cara. Sem contar que, segundo dados oficiais, há centenas de localidades que ainda não tem acesso à energia elétrica no Brasil.
Quais os riscos?
Por se tratar de uma empresa perene, ou seja, com grande previsibilidade de receita, há poucos riscos no médio/longo prazo. Há imensas barreiras de entrada e mesmo em uma possível mudança na matriz energética, Eletrobras é responsável por 97% da geração de energia limpa no país.
O maior risco está sempre na ingerência política e insegurança jurídica, problemas comuns no Brasil. Esses riscos podem impactar no crescimento da empresa? Sim. Mas é muito improvável que ela deixe de crescer (repito: a demanda por energia sempre aumentará). E sabemos o preço das ações sempre acompanha o crescimento das empresas no longo prazo.
Quais os limites e como aderir?
Você poderá investir de R$ 20 mil a R$ 50 mil do seu FGTS nessa operação, desde que não ultrapasse 50% do saldo total da conta. Primeiro, é preciso entrar no aplicativo do FGTS e autorizar os bancos a consultarem o FGTS. Depois, escolher a opção “Aplicação nos fundos mútuos de privatização do FGTS”, selecionar “FMP Eletrobras” e indicar a instituição financeira na qual, posteriormente, vai fazer a reserva. Obviamente, é mais simples selecionar o banco por onde recebe seu salário.
O próximo passo é solicitar a reserva diretamente no banco. O prazo limite é dia 8 de junho. Há também um período de 12 meses onde você não poderá movimentar esse dinheiro.
Por fim, é importante lembrar que trata-se de um investimento de longo prazo, mas que pode ser a melhor decisão financeira que você tomou. Usando como exemplo a FMP da Petrobras (SA:PETR4) em agosto de 2000, o rendimento foi 10x maior que o FGTS. Já o da Vale, 24x superior ao FGTS.
Pense com carinho e tome sua decisão com sabedoria, pensando sempre no longo prazo.
Um abraço.