Muito se comenta que a eleição de 2022 está sendo, precipitadamente, antecipada. Isso é o que acha, por exemplo, o vice-presidente general Hamilton Mourão. Uma voz lúcida, porém dissidente neste governo. Acha ele que não seria o momento para já começarem as disputas e ataques visando 2022.
Claro que não dá para esperar nada diferente de Jair Bolsonaro e João Dória, protagonistas desta "contenta". E logo na proximidade do calendário de vacinação contra a Covid-19, ou com a tal da "vacina chinesa" Coronavac na berlinda, além de várias outras, como a russa, a americana, a inglesa...
Achamos ser, absolutamente, injustificada a postura de ambos os atores da cena, Bolsonaro, ideologizando tudo, se sentindo perseguido, e contrário à vacina chinesa, e João Dória, querendo aprová-la à "toque de caixa", mesmo sem a "terceira etapa de testagem". Achamos que tanto o capitão, como Dória, estão tendo uma conduta temerária neste episódio. Algo totalmente arriscado.
Há inclusive o debate dos que acham que antecipar campanha é se queimar na largada e chegar ao fim muito mais desgastado.
Na verdade, se analisarmos as eleições de 2022,- embora estes eventos sejam iguais a nuvens, a cada momento de um jeito - chegamos a conclusão de que esta tem que passar pela alterntativa de uma "terceira via", um candidato de centro ou de consenso, mais equilibrado. A dúvida é saber se este conseguirá "capitalizar" e mobilizar a sociedade como um todo, ainda muito polarizada.
Uma única certeza que se tem neste momento é que uma solução alternativa deve ganhar espaço diante do fracasso de 20 anos de populismo no Brasil. Com certeza, que o possível candidato de centro precisa de alguns predicados.
- Tem que ser um líder de verdade, um presidente que mobilize a opinião pública, pelos seus predicados e não defeitos. Por exemplo, tem que "demonstrar a dor do povo" com esta pandemia, sendo solidário, condoído até. Não dá para se comportar de forma irresponsável, relativizando as 180 mil mortes. Ou então proferir frases lapidares como "todos vamos morrer um dia", "é uma gripezinha", "lamento pelas mortes".
- O verdadeiro líder de uma nação deve trazer conforto aos cidadãos que perderam seus entes queridos. É intolerável o comportamento do presidente Bolsonaro, por exemplo, e estes atos deveriam sim, ensejar "crime de responsabilidade".
- Um presidente, um verdadeiro estadista, deve ser o "farol da nação". Seus exemplos devem ser seguidos, suas atitudes, suas decisões, respeitadas!! Isso! Ele tem que ser respeitado e as pessoas atraídas pela sua simpatia e presença de espírito. Podem até discordar, mas a manter a educação e a elegância no trato interpessoal.
- Cito como exemplo o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, um professor aposentado, que se mostra ser uma pessoa afável, compreensiva, presente nos momentos mais importantes. E é candidato à releição agora em janeiro de 2021, contra a candidata do PS, Ana Gomes. Deve se reeleger.