Desde o início de 2022, tem havido crescente preocupação com a crise atual nos bancos americanos. Embora existam algumas semelhanças com a crise financeira de 2008, elas são diferentes em alguns aspectos importantes.
Em 2008, a crise financeira foi desencadeada pelo setor imobiliário, com muitas pessoas que não podiam pagar suas hipotecas, resultando em empréstimos podres e inadimplência. Em contraste, a crise atual está ligada aos títulos do Tesouro americano. Os derivativos que desencadearam a crise de 2008 eram swaps de default de crédito, com um tamanho de mercado de US$ 50 a US$ 60 trilhões, enquanto os derivativos atuais são baseados em taxas de juros e têm um tamanho de mercado de mais de US$ 500 trilhões.
Os bancos americanos também tomaram decisões imprudentes, emprestando dinheiro a startups de tecnologia que não tinham um histórico financeiro estável e que nunca poderiam pagar suas dívidas. A falta de gestão de riscos e a baixa compreensão dos impactos da mudança de política do Federal Reserve em 2022, quando a taxa de juros subiu de 0,25% para 4,75%, levaram a perdas não realizadas de US$ 640 bilhões nas carteiras de títulos/dívidas de longo prazo dos bancos americanos.
Embora os ativos de risco tenham tido um aumento recente, isso é improvável que dure. Em março de 2008, houve uma recuperação da bolsa americana após o casamento forçado da Bear Stearns & Co. com o J.P. Morgan, mas essa recuperação foi de curta duração. E é provável que a situação atual siga um caminho semelhante.
Em resumo, a crise atual nos bancos americanos é muito maior e mais sistêmica do que a de 2008. Isso é preocupante, pois pode levar a uma recessão global e a uma queda nos mercados financeiros. É importante que os governos e reguladores tomem medidas preventivas para minimizar o impacto da crise e proteger a economia global.
A Suíça também não ficou de fora do problema!
O Credit Suisse (SIX:CSGN), um dos maiores bancos da Suíça e do mundo, tem enfrentado uma série de problemas que culminaram em uma derrocada recente. O banco, que já foi um símbolo de estabilidade e confiabilidade no setor bancário, agora enfrenta sérios desafios.
A crise do Credit Suisse começou em março de 2021, quando o banco revelou que sofreu perdas significativas com a quebra do fundo de hedge americano Archegos Capital Management. O banco estimou suas perdas em cerca de US$ 4,7 bilhões, o que teve um impacto significativo em seus resultados financeiros.
Mas o problema do Credit Suisse não parou por aí. Em abril de 2021, o banco enfrentou outro revés quando a Greensill Capital, uma empresa financeira de Londres na qual o Credit Suisse havia investido, entrou em falência. A falência da Greensill levou a perdas adicionais de US$ 1,5 bilhão para o Credit Suisse.
A situação se agravou ainda mais em junho de 2021, quando o Credit Suisse anunciou que iria encerrar dois fundos de investimento que haviam investido na empresa financeira de criptomoedas, a Tether. O banco estimou que os fundos haviam sofrido perdas de cerca de US$ 1,5 bilhão.
Esses problemas levaram a uma série de investigações e processos regulatórios contra o Credit Suisse. Em março de 2021, o banco foi multado em US$ 10 milhões pelo regulador financeiro suíço FINMA por falhas em sua gestão de riscos relacionados ao fundo Archegos. Além disso, o Credit Suisse está sendo investigado por autoridades suíças e americanas por seu envolvimento com a Greensill e a Tether.
A derrocada do Credit Suisse levou a uma queda significativa em suas ações e afetou sua reputação como um banco confiável e seguro. O banco também enfrentou pressão de seus investidores, que questionam a gestão de risco e a liderança do banco.
Em resposta, o Credit Suisse anunciou uma série de mudanças em sua gestão e operações. O banco demitiu vários executivos, incluindo o CEO Thomas Gottstein e o chefe de risco de investimento, e anunciou que iria reduzir sua exposição a negociações de risco mais elevado.
Em conclusão, a derrocada do Credit Suisse é um exemplo de como problemas em um setor podem afetar todo um sistema bancário. O banco está enfrentando uma crise de confiança e reputação, o que terá implicações de longo prazo para sua posição no mercado financeiro global.