Após um IPC Norte Americano divulgado dentro da precificação já realizada pelo mercado, ainda que levemente acima das expectativas, inflação ao produtor e ao varejo, ambas abaixo do consenso, não foram capazes de frear a alta na cotação do Dólar perante o Real e demais moedas mundiais.
Hoje, os olhos dos grandes investidores e participantes do mercado se voltam para o temor na saúde bancária refletido em toda a cadeia de crédito, financiamento e investimentos cascateando para o mundo todo. Este pior cenário parece estar ainda um pouco distante aos ocorridos no ano de 2008, iniciado com a quebra do Lehman Brothers, na época um dos maiores dos Estados Unidos, o qual foi gravemente afetado por suas posições estratégicas de empréstimos de hipotecas de alto risco (subprime). Hoje, o temor que os efeitos da falência do SVB atinjam novamente a estabilidade de crédito e saúde bancária na rede financeira americana já é sentido na Europa e aqui no Brasil, fazendo com que a busca por proteção se eleve fazendo ouro e Dólar se valorizarem.
Na esfera doméstica, muitas pautas estão sendo discutidas como o tão aguardado arcabouço fiscal, reformas tributárias e os constantes impasses entre governo e a Petrobras (BVMF:PETR4).
Esta semana tivemos uma forte alta do Dólar Futuro, em muitos períodos se estabilizando confortavelmente acima da região de preço de R$5.270,00 e ganhando força quando mais abaixo conseguiu superar a região de R$5.240,00. Como perspectiva de preço, caso os temores relacionados aos bancos continue, Dólar acima da região de preço de R$5.360,00 pode facilmente chegar aos R$5.420,00 e voltaremos novamente possivelmente a necessidade de injeção de liquidez no mercado por parte do BC para saciar o apetite dos compradores caso o Real distorça muito perante outras moedas .No entanto, ao mesmo passo que a valorização ocorre de forma mais exponencial acima do R$5.270,00, a volta abaixo de R$5.230,00 também pode dar novos rumos e alívio na alta consideravelmente.
Toda esta alta da inflação era esperada após tantos anos de estagnação no consumo e produção mundial durante a pandemia; vale ressaltar que, assim como estaremos mais preparados para enfrentar uma hipotética nova crise sanitária no futuro, possivelmente já estamos melhores preparados em ações e estratégias para enfrentar esta nova ameaça de crise bancária, tendo experiência dos anos que se decorreram na recuperação iniciada após os acontecimentos de 2008. China até o ano anterior aos acontecimentos crescia a passos de galope 13% aa e o Dólar superava a marca dos R$2.000,00 não voltando mais. Hoje, muitos emergentes e produtores de insumos para a indústria não contam com tamanha ascensão. Por enquanto. Acompanharemos os próximos acontecimentos.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto