Fala turma! Vamos finalizar a semana com um apanhado do que foi divulgado nos dois últimos dias (incluindo hoje) nos Estados Unidos. Tivemos o CPI, já comentado aqui no blog.
Mas hoje temos o PPI (Inflação ao Produtor), o Jobless Claim (pedido de seguro de desemprego) e dados de varejo (dado de vendas e sentimento do consumidor).
Sem mais delongas, vamos ao que interessa.
O PPI (inflação ao produtor) seguiu em aceleração, superando as estimativas e em linha com o CPI (inflação ao consumidor) divulgado nesta semana.
Dado que o PPI é a inflação ao produtor, o índice indica o aumento de custos (ou não) no início da cadeia de produção. Um aumento de custos para o produtor, tende a ser repassado ao consumidor final. No gráfico abaixo, conseguimos ver que ambos o PPI e o CPI caminharam que “juntos”.
Ontem, o meu grande amigo, @willcastroalves, que é estrategista global na Avenue Securities, comentou que o Bureau of Labor Statistics (BLS) informou que aproximadamente 2/3 do aumento no PPI veio da elevação de 1,2% nos preços dos bens.
Com aceleração nos preços de gasolina/combustíveis (energy) e serviços. Eu não poderia concordar mais e foi em linha com os aumentos que vimos na inflação ao consumidor divulgado na terça (12/03/24). Isso fica mais evidente no gráfico abaixo:
Um dado que me chamou a atenção, pois eu sempre gosto de olhar contra-pontos, é o PPI de bens intermediários. Em fevereiro, a variação YoY (ano contra ano) ficou de -1,8%. Ainda longe das mínimas recentes, mas tendo uma melhora.
Do lado do Initial Jobless claim (pedidos iniciais de seguro desemprego). Eles permaneceram nas mínimas, sugerindo que o mercado de trabalho nos EUA continua forte. O interessante, é que divergiu dos pedidos continuos, que estão acima dos últimos anos, mas também completamente flat (de lado).
Não obstante, os dados do PPI e do Jobless Claim pressionaram os mercados e levaram a novas reduções nas expecativas de cortes por parte do FED neste ano. As expectativas agora estão mais próximas do gráfico de pontos divulgado no último FOMC.
Entretanto, mesmo o mercado já fazendo essas projeções, há quem esteja mais cético ainda. Não acreditando em possíveis 3 cortes. Alguns agentes e investidores já estão preocupados que na próxima semana o FOMC possa vir a mudar o gráfico de pontos. Vou deixar o link da matéria do Market Watch sobre.
Indo para o varejo agora. Quando você olha no ano/ano, em fevereiro houve uma melhora nas vendas. Porém, em uma recuperação bem lenta ainda.
As vendas de automóveis aumentaram em fevereiro, mas as vendas online desaceleraram pelo segundo mês consecutivo. Quando ajustado pelo inflação ao consumidor americana (CPI), as vendas reais no varejo diminuíram no mês passado.
Apesar do mercado de trabalho estar bem aquecido, o lado do consumo parece ter encontrado algumas barreiras. Lembrando que ~70% do PIB americano vem de consumo pessoal.
Para finalizar, acho que os dados mais fracos no varejo, acabam indo de encontro com os dados de confiança do consumidor que saíram hoje.
Pelo visto, os consumidores estão pausando o consumo e estão esperando um sinal melhor sobre a economia americana. Seja para um crescimento ou seja para uma desaceleração mais concreta.
É possível ter uma clareza melhor no próximo gráfico. Os três primeiros meses deste ano, onde os dados foram mais mistos e acabaram por divergir um pouco mais, acabaram por pesar na visão dos consumidores americanos.
Os americanos/agentes do mercado/investidores estão enxergando que os juros podem perdurar por mais tempo, antes de um possível alívio. Além disso, a visão de muitas famílias, apesar da inflação ter voltado bastante desde o pico e ainda em tendência de desinflação, é que as coisas (bens duráveis, bens não duráveis e serviços) ainda continuam caras.
Agora é esperar pela próxima semana e ver como o FOMC vai passar a sua mensagem em relação aos últimos dados que saíram.
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