Um Pontual “Stop and Go”, Mas Tendência do Preço do Dólar Permanece em R$ 4,00

Publicado 16.12.2019, 07:00

Houve um ponto de resistência para que fossem “detonados” os desmanches das posições “compradas”, no mercado futuro dólar, que, todavia, ocorrerá consequente da percepção de que a gama de fatores econômicos positivos tão intensos e imediatos beneficiando o “status quo” brasileiro.

Por isso, ocorreu um brevíssimo hiato no viés de depreciação do preço da moeda americana na última sexta-feira no nosso mercado de câmbio, mas que deverá ser rompido ao longo desta última e relevante semana efetiva do ano, já que as semanas sequentes serão seccionadas pelos festejos natalino e de ano novo.

O mercado deve consolidar seus preços buscando mitigar as incertezas dentro do possível e assumir postura totalmente defensiva e, portanto, tudo indica que o ajuste final e contundente do preço da moeda americana no mercado brasileiro será consolidado.

O conjunto de fatores positivos pró-Brasil não permitem a manutenção da disfuncionalidade no preço da moeda americana, nem mesmo com a continuidade da intervenção neutra do BC que sustenta o preço, pois criam perspectivas intensas e fundamentadas para que haja otimismo sustentável.

Entendemos que a correção da distorção no preço tenha fundamento concreto predominante na situação do país, e que ao foco na crise sino-americana neste quesito tem se dado importância excessiva, haja visto a reação na última sexta-feira, que foi praticamente a de “não saber o que fazer” entre o conflito dos fatores internos e os externos com os “fortes ruídos” no em torno do embate China-Estados Unidos.

Por isso, houve certo hiato no viés de apreciação do real até mesmo “sem se saber o por quê”, após ter aberto a sexta-feira mantendo a tendência do ajuste ao atingir o preço de R$ 4,07, mas que criou a resistência à queda e decisões na direção da desconstrução das posições compradas no mercado futuro.

Valorizar demasiadamente a questão China-Estados Unidos nos impactos locais no mercado do dólar é “desmerecer” todo o conjunto de fatos e fatores positivos que vêm sendo conquistados pelo Brasil e que promovem o fortalecimento das perspectivas otimistas, que repercutem, mesmo que ainda não tenham se materializado.

O real tem no seu preço ante a moeda americana um alinhamento absoluto “fora da curva” causado por equívocos generalizados que promoveram um ambiente inexistente e infundado de “crise cambial e vulnerabilidade”, que se propagou nos meios de comunicação, consequente também da forma inapropriada de intervenção adotada pelo BC, já que o mercado indicava tão somente a carência momentânea de liquidez no mercado à vista, e este deveria ser o foco e a estratégia da intervenção objetiva, até eliminar a “disfunção” no preço, mas que ao fazê-la na forma “neutra”, conjugando-a a swaps cambiais reversos, acabou por sustentar a disfunção ao invés de expurgá-la pontualmente.

Como temos enfatizado, a intervenção “neutra” do BC somente deveria ter ocorrido após a intervenção objetiva com oferta de dólares à vista para suprir a carência pontual do mercado que distorcia o preço.

A realidade é que não há sustentabilidade para preço da moeda americana no nosso mercado, o país tem dados alvissareiros fortalecidos recentemente e sancionados pela visão externa que lhe atribui um CDS recorde, além de ter reservas cambiais substantivas e estratégias operacionais eficientes, e está percepção aflora com intensidade e impõe a correção das incoerências.

O país está pronto para retomar a atratividade e se beneficiar na relevante liquidez do mercado global que busca oportunidades de rentabilidade, que poderá encontrar não só no nosso mercado, em especial de renda variável, mas também nos programas de privatizações e infraestrutura.

O “affair” China-Estados Unidos que causa tanto “frisson” no nosso entendimento já teve precificado todos os seus malefícios, em especial para os países emergentes, sendo que o que possa acontecer será sempre positivo.

E, não se pode esperar uma solução rápida e contundente, pois esta é uma disputa “entre gigantes” por hegemonia, este é o ponto relevante, e não se espera que encontre viabilização completa, principalmente considerando que haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos, e Trump é candidato o que o leva em grande parte “a jogar para a plateia” com foco no seu eleitorado.

É imperativo que aumentemos a consideração pela recuperação que revelam as perspectivas brasileiras e que as valorizemos como está ocorrendo por parte do foco exterior, que vai se materializar em fluxos de recursos relevantes.

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