Mais uma semana “lateralizada”, com o mercado voltando a negociar aproximadamente 45.000 lotes por dia e no Dez-20 trabalhando com uma amplitude de 845 pontos, terminando a semana novamente nas altas @ 126,35 centavos de dólar por libra-peso (a mínima da quinta-feira @ 118,90 centavos de dólar por libra-peso e a máxima na quarta-feira @ 127,35 centavos de dólar por libra-peso).
Durante todo o período o mercado trabalhou respeitando o suporte da média móvel dos 200 dias e a forte resistência dos 50 dias, terminando a semana respectivamente @ 119,50 e 128,70 centavos de dólar por libra-peso. Com exceção da sexta-feira, todos os dias anteriores fecharam entre 122-123 centavos de dólar por libra-peso. Na quinta-feira, as cotações no Dez-20 negociaram na mínima da semana @ 118,90 centavos de dólar por libra-peso, e, se não fosse a valorização do Real na sexta-feira, creio que teríamos tido um novo dia de realizações, se tivesse conseguido negociar abaixo da média-móvel dos 200 dias, certamente acionando stops e deixando o gráfico “feio”!
No mesmo período o Real seguiu pressionado, trabalhando entre 5,55-5,63 R$/US$, com as notícias vindas de Brasília referente aos desencontros entre o Presidente Bolsonaro e às propostas do Ministro Paulo Guedes para seguir respeitando o teto dos gastos com rumores de que o Ministro estaria novamente “sendo demitido”.
Na quinta-feira, os boatos ficaram para trás e o Presidente do FED anunciou que os juros americanos deverão permanecer baixos por um prazo superior ao que o mercado estava esperando; que o Banco Central americano vai ser mais tolerante a uma inflação ao redor dos 2% ao ano, e que vão ficar monitorando de perto o nível do desemprego americano para, se necessário, voltar a aplicar novos estímulos!
Com a expectativa dos juros baixos americanos por mais tempo, na sexta-feira os mercados de ações e commodities abriram em forte alta e as principais moedas mundiais voltaram a se valorizar contra o dólar, com o Real chegando a valorizar +4%, chegando a negociar @ 5,38 R$/US$ e fechando a semana cotado @ 5,41 R$/US$ ! E o café valorizando +3,27%!
Em termos de Real/saca a semana terminou estável, dando oportunidades para os produtores fixarem vendas futuras para Dez-20 e Set-21 ao redor dos 700 R$/saca!
Já tem bancos estimando que o Real poderá voltar a negociar abaixo dos 5,00 R$/US$, e que até 4,50 R$/US$ seria um nível aceitável pelo Banco Central brasileiro. Desta forma, precisamos ficar atentos ao Real, aos fundamentos do café e – claro – aos fundos!
Os fundos voltaram a comprar na semana e terminaram posicionados em +22.000 lotes. Caso o Real siga valorizando nas próximas semanas rompendo o suporte da média móvel dos 50 dias @ 5,38 R$/US$ (com os avanços das reformas em Brasília e a segurança que o Ministro Paulo Guedes seguirá no governo bem provável que ocorra), poderemos ver o Real ir testar os 5,16 R$/US$, e o café voltar a negociar acima dos 132 centavos de dólar por libra-peso no Dez-20! E dependendo do apetite dos fundos vermos o mercado voltar a buscar as máximas, voltando @ 140-145 centavos de dólar por libra-peso!
Com esse cenário em vista, recomendamos que os “vendidos” em operações estruturadas que “aparecerão/dobrarão” na alta; para os que estiverem com risco de chamada de margem caso mercado siga subindo mais 1000-3000 pontos, que se protejam, comprando Call-Spreads, por exemplo, no Dez-20 Call-Spread 135 x 150. Também que realizem a fixação (a troca de futuros com a contraparte) para se livrar do risco de eventual chamada de margem.
Para quem ainda tiver posição para vender para safra 21/22 e 22/23, “ficar de olho” na possibilidade dessa alta vir a acorrer, nas distorções entre as cotações em US$ em NY e as cotações futuras do Real, e seguir realizando a compra do PUT-Spread para Set-21, podendo fazer a compra do PUT-Spread 130 x 105 vendendo a Call de 145 centavos de dólar por libra-peso.
Como vimos no ano passado, da mesma forma que o mercado “rasga”, sobe 3-5.000 pontos rápido, ele também corrige e devolve tudo na sequência (a não ser que ocorra alguma mudança estrutural no mercado, geadas, etc, o que não acreditamos no momento).
Do lado fundamental nada de novo por enquanto. Condições climáticas seguem favoráveis na América Central, Indonésia, Vietnam. Já começam especulações referente ao tamanho da próxima safra brasileira, com alguns “gurus” já estimando que a próxima safra 21/22 deverá ser menor que a safra atual 2020/21 em função da “safra ser menor em função do ciclo bienal da cultura”!
– E como sempre, atenção com as operações alavancadas, com os acumuladores, com as estruturas que “aparecem/desaparecem/dobram” tanto para PRODUTO quanto para CÂMBIO.