Em meio às erráticas manobras de tarifação do Trump 2.0, misturam-se motivações econômicas, políticas e ideológicas.
Logo, o crivo racional de tentar intuir as vítimas potenciais estritamente a partir da balança comercial entre vítima e EUA oferece um mapa inteligível, mas insuficiente.
Digo isso pois, em meio à quase sempre inútil lista dos riscos mapeáveis para 2025 (cisnes cinzas), incluímos a hipótese de uma medida iminente de Trump contra o Brasil – ou, para ser mais preciso, contra o Governo Lula.
Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump.
Naturalmente, há um contexto para isso, acompanhado de sinais antecedentes.
Tal como o embate entre Alexandre de Moraes e Rumble/Trump Media Group.
E os vídeos compartilhados por whatsapp mostrando Eduardo Bolsonaro sendo ovacionado em discurso recente de Trump, com menção explícita à notoriedade do Clã Bolsonaro.
Trump poderia levantar alguma barreira comercial e/ou geopolítica contra o Brasil dentro dos próximos meses, condicionando tacitamente a retirada à futura eleição de um novo presidente, mais alinhado aos princípios do MAGA.
Perto do que ele fez com o Zelensky, não seria nada demais de se imaginar…
Agora, qual o impacto de uma medida desse tipo sobre o mercado?
Em primeira ordem, ruim. O Kit Brasil seria automaticamente demarcado como antagonista aos movimentos do presidente americano, com efeitos negativos sobre o câmbio, juros e Bolsa.
Já em segunda ordem, a medida condicional de Trump somar-se-ia à mistura de ingredientes que vão compondo o cenário para as eleições de 2026, alimentando as probabilidades da centro-direita.
Inclusive, o “recado mais contundente” pode ganhar força à medida que a popularidade de Lula cai nas pesquisas, e sobe o desconforto da população com o preço do café, do cacau e do ovo.
Cheiro de sangue no ar atiça o paladar dos predadores.