Achei importante abrir a tônica desse mês passando um pouco da minha cabeça em termos mais amplos puro exercício próprio de pensar mercado. Tipo quando tu te deparas com uma linha de trem. pare, olhe, escute.
Viemos de mais de 2 meses de uma lateralidade (em termos de índice). Não sou grafista, mas aprendi que isso pode ser chamado de acumulação. acumula pra quê? Para estourar para algum lado. Se fosse pelos eventos que vemos externamente seria levado a pensar que esse negócio desaba. No entanto, olhando internamente penso que seguimos uma tendência de melhora – macroeconomia vai ser ajustada, descompressão de múltiplos das empresas de bolsa segue seu curso, base de comparação fraca corrobora um cenário de melhora de PIB, instituições seguem existindo (falo da lava-jato). logo, sigo otimista com Brasil.
Para outubro penso que:
(i) o risco-Trump se materializa e a eleição vai ser muito apertada gerando uma incerteza monstra no mercado. Não obstante, a perspectiva de Trump na presidência vem afetando o mercado e a moeda mexicana (vide gráfico que mostra a correlação da valorização do dólar com a melhora do Trump nas pesquisas). ruim para eles, mas pode ser positivo para nós, pois poderia levar a migração de recursos hoje investidos lá, para cá;
(ii) na Europa acredito que a celeuma Deutsche seja resolvida (dolorosa, mas vai ser);
(iii) não acredito que petróleo vá subir muito não, mesmo após o acordo da OPEP.
(iv) Internamente Temer vai sofrer derrotas políticas, mas creio que conseguirá avançar com a PEC 241 de controle de gastos e isso pode ser um trigger importante – seria a primeira mudança macro relevante.
(v) Acredito que juros caiam e ciclo de corte comece com 0,25 pp.
All in all penso que outubro possa nos reservar gratas surpresas!
Comento mais a respeito no post sobre o Brasil:
Difícil separar o que é uma análise racional, daquela velha torcida ou viés de um comprado. Mas creio que as incertezas lá de fora podem atrair investidores para cá e isso pode puxar nossa bolsa.
Em termos de agenda:
Segunda: dados de PMI da indústria da zona do Euro, UK e EUA; China fechada com feriado nacional;
Terça: vez do Brasil de apresentar seu PMI da indústria, e tem também o IPC-Fipe ajudando a botar lenha na questão dos juros. Ahh tem PMI de construção do UK; China fechada com feriado nacional;
Quarta (dia cheio): é a vez dos PMI’s de serviços na zona do Euro, UK e EUA; ADP employment nos EUA e encomendas a indústria; tem estoques de petróleo; diretor do FED falando; e China segue fechada com feriado nacional;
Quinta: dia morno, com pedidos de seguro desemprego nos EUA, encomendas a indústria na Alemanha e a ata da última reunião do BCE; ahh e você não vai acreditar mas a China segue fechada com feriado nacional;
Sexta: produção industrial no UK e Alemanha; Payroll nos EUA e 4 diretores do FED discursam; IPCA de setembro no Brasil ; e a China? Segue fechada com feriado nacional.
Sem data: aprovação da PEC 241/2016 que limita o crescimento dos gastos do governo.