Publicado originalmente em inglês em 21/07/2021
- Resultados do 2T21 serão divulgados na quinta-feira, 22 de julho, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$1,06 bilhão;
- Expectativa de lucro por ação: US$0,072.
Quando o Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) divulgar seu balanço do segundo trimestre amanhã, pode não ter muito a mostrar aos investidores para impressioná-los. A expansão de usuários está desacelerando após o salto registrado na pandemia, enquanto o ambiente econômico está ficando incerto para ações de crescimento em meio à disparada de casos da variante Delta.
Essa tendência estava clara quando a companhia divulgou seus resultados do 1º tri em abril e alertou para a desaceleração no período que se encerraria em 30 de junho. A expectativa da empresa de São Francisco, Califórnia, é que o número de usuários cresça “dois dígitos percentuais baixos” para o resto de 2021, sendo que a menor taxa de crescimento ocorreria justamente no 2º tri.
Outra desvantagem que pode deprimir os resultados do Twitter neste balanço é que a companhia, ao contrário de grandes concorrentes, como Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) não ganha muito dinheiro com publicidade de resposta direta, segmento que está com tudo, graças à reabertura de pequenos negócios após os bloqueios do ano passado. A empresa de mídia social depende mais da publicidade de grandes marcas, que corresponde a 85% das suas vendas totais.
Apesar desses desafios, as ações do Twitter registraram forte corrida durante a pandemia, disparando mais de 80% no último ano, já que os investidores passaram a focar seu apelo no longo prazo e planos de crescimento no futuro.
Novas iniciativas de crescimento
A companhia revelou recentemente muitas iniciativas para impulsionar seu crescimento, como o tão aguardado serviço por assinatura para diversificar suas receitas em relação apenas à publicidade.
Chamado de Twitter Blue, o produto oferece acesso a ferramentas para “desfazer” publicações antes de se tornarem públicas, organizar tuítes marcados em pastas e ler com mais facilidade sequências de tuítes.
Além disso, o Twitter adquiriu recentemente a plataforma de newsletter Revue para permitir que criadores publiquem e monetizem newsletters. Outro projeto de monetização no qual a empresa está trabalhando é um produto de assinatura mensal chamado Super Follows, que permitirá que os usuários cobrem seus seguidores por conteúdos exclusivos, como tuítes, newsletters ou acesso a conversas de áudio.
Todos esses movimentos fazem parte da estratégia da companhia de dobrar sua receita até o fim de 2023 e aumentar sua base de usuários para 315 milhões de usuários ativos por dia em relação aos 200 milhões atuais. O modelo de assinatura pode ajudar o Twitter a diversificar seus negócios, principalmente no momento em que o engajamento está diminuindo depois do impulso gerado pela pandemia.
Esses planos de crescimento, entretanto, não conseguiram animar os analistas no curto prazo. Eles não veem uma boa razão para recomendar compra na ação.
Gráfico: investing.com
De acordo com um levantamento do Investing.com com 39 analistas, as ações do Twitter podem cair 10% em relação ao nível atual nos próximos 12 meses, com 25 deles classificando o papel como “neutro”.
Conclusão
Após o boom registrado na pandemia no crescimento de usuários, o balanço do Twitter amanhã pode exibir um retorno a níveis moderados de vendas e crescimento de resultados em relação a concorrentes como Facebook e Alphabet, controladora do Google.
Dito isso, acreditamos que o Twitter conseguiu fazer com que sua plataforma fosse cada vez mais valorizada pelos anunciantes. Qualquer fraqueza após a divulgação dos seus resultados é uma oportunidade de compra para quem busca um bom ponto de entrada.