Eis que um novo ano se inicia e um novo mandato de um governo já conhecido entra em vigor mas ainda assim continuamos com as oscilações na nossa moeda influenciada majoritariamente pelo campo político, o principal foco há semanas no câmbio pelas incertezas no teto de gastos.
Fato é que, ações tomadas até o ano passado, necessárias no combate e retomada da economia por conta da crise mundial, certamente refletirão por um longo período, alimentando cada vez mais o crescimento da dívida pública a qual eleva o risco fiscal, pressionando o dólar alto e a inflação, mantendo a Selic elevada e um possível adiamento do corte de juros pelo Banco Central.
Durante este período, em comparação com boa parte do mundo, o Brasil por ser um grande exportador de commodities se favoreceu, tendo o real menos afetado em comparação a outros pares de moedas. Ao longo de 2023 a redução da atividade industrial como controle inflacionário influenciará muito no preço das commodities e o câmbio volta a ser pressionado.
Outro fator preditivo no mercado futuro de dólar são os indicadores econômicos Norte Americanos neste primeiro trimestre do ano, o avanço dos juros nos EUA eleva a rentabilidade de títulos e a saída de dólar do país refletindo a alta da moeda. Até o último pregão de 2022, investidores estrangeiros estavam posicionados na ponta vendida em uma considerável posição de dólar, mais de 105.000 contratos os quais foram praticamente zerados no primeiro dia útil para a bolsa no ano novo, refletindo a possível saída de uma grande posição no nosso mercado.
Sexta feira teremos índice de inflação na zona do Euro (IPC), expectativa para que continue diminuindo, justamente pela crescente elevação da taxa de juros e de redução do preço do gás natural tão vital à região
Ainda na sexta feira PMI Americano e o mais aguardado os relacionados ao mercado de trabalho (Payroll). As carteiras de trabalho continuam sendo assinadas mas apontando a uma desaceleração controlada em linha com crescimento mais fraco da economia até este momento. O que vemos nos últimos dados são números de emprego maiores que o previsto mas menores que os anteriores.
Nestes patamares de preço que vemos o dólar se movimentar, não será surpresa a volta das intervenções do Banco Central para saciar o apetite comprador, principalmente nestas duas primeiras semanas do ano que costumam ser historicamente mais voláteis.