Mês de março de 2020 está na contramão do esperado.
Meses atrás era inesperado um surto sanitário, a nível mundial, como o coronavírus. E, ao mesmo tempo, uma batalha de preços no mercado de petróleo.
Pois este choque de notícias afetou intensamente os mercados de capitais. E, como consequência, os preços internacionais perderam a referência.
Coronavírus
Como a China foi muito impactada pelo vírus e sendo a maior demandante dos principais produtos comercializados no mundo, houve um forte choque de demanda. Com isso, diversos produtos tiveram negócios afetados ou mesmo interrompidos.
Pois, em seguida, o vírus se espalhou por outros países. O que levou a Europa se tornou o novo epicentro da doença. E posteriormente, os Estados Unidos.
Em decorrência da propagação da doença e, também, dos impactos no setor produtivos, os governos intervieram em suas economias. O resultado foi uma injeção dinheiro no mercado. Em contrapartida, todos estes esforços monetários não têm surtido efeitos.
E, paralelamente, de forma inédita, fronteiras de foram fechadas. Algo que não ocorreu nem nas duas guerras mundiais.
Petróleo
Não obstante, no mercado de petróleo, os sauditas iniciaram um duelo com os russos, numa guerra de preços no barril da commodity. Primeiramente, ameaçaram, e em seguida, venderam o barril 25 dólares. A preços inferiores a 2008!
Anteriormente, no final de 2019 o barril era cotado a mais de 60 dólares.
Conclusão: O que representa uma queda muito intensa e repentina.
Soja
E a soja? Por que está sendo impactada?
Como resultado da crise mundial, os principais players de investimentos começaram a liquidar posições a fim de garantir caixa (liquidez como se diz no mercado de capitais), e preservar patrimônio num cenário de quedas de cotações nos principais ativos, ações, títulos públicos, títulos privados e afins.
Até mesmo commodities que costumam ser um porto seguro contra crises tiveram quedas expressivas, já que, existe um choque de super oferta de petróleo, e um choque de demanda dos demais produtos pela China.
Tal qual os grandes players, houve, também, um efeito manada na população, no qual muitos pequenos investidores venderam ativos financeiros.
Neste ponto entra a soja.
Sendo que as quedas foram expressivas na oleaginosa na bolsa de Chicago.
Contrariou-se ao esperado, que era: uma alta de preços pelo início do acordo comercial entre China e EUA, e consequentemente, também, um aumento de importações pelos asiáticos.
A figura 1 um mostra o desempenho histórico da cotação da soja em Chicago.
Mercado de derivativos na soja
Um detalhe que leigos no mercado financeiro costumam deixar passar são as posições dos players.
Mais especificamente: as posições em opções: as calls e as puts.
Basicamente, hoje, existem muito mais puts "in the money" do que calls.
Ou seja, muitos investidores compraram puts a fim de especular na queda do preço, ou se proteger desta queda. Logo, com a queda dos preços, eles vão se desfazer dessas posições, vendendo essas puts com um bom lucro, ou exercendo o direito de venda nos respectivos strikes a qual compraram essas puts.
Com isso, este exercício gera uma operação de venda de contratos futuros.
Portanto, mais vendas de contratos futuros.
A figura 2 deixa isso bem detalhado.
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Figura 1: Preço histórico da Soja
Figura 2: Posições em opções de soja