Trumpmania - O Estouro da Bolha de Liquidez

Publicado 11.11.2016, 08:52
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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MERCADO INTERNACIONAL - OURO

Com a sinalização ao longo da campanha de Trump de que haveriam gastos relacionados a infraestrutura, o mercado passou a precificar um cenário de maior inflação, o qual torna-se necessário aumento da taxa de juros para que haja controle de preços.

Consequentemente, houve uma ruptura do que foi considerado como crescimento medíocre (crescimento moderado com baixa taxa de juros e inflação), para uma nova proposta de politica econômica, sem dúvida, mais populista, o qual, o governo americano passará a cortar impostos e acelerar a geração de empregos, assim como dificultar a saída de empresas do país, o que chamo de "Trumpmania".

Portanto, com um cenário onde o Título Público Americano passa a render mais, o ouro sofre pressão de venda, tendo em vista que hoje no mercado os dois são investimentos relacionados a hedge de risco, logo, a onça troy registrou queda de 1,5%, estabilizando sua queda ao longo do pregão asiático em US$1261, com suporte em US$1250 e resistência em US$1285 para retomar a alta.

Este movimento é fundamento na teoria de que os títulos públicos americanos, assim como o ouro, são uma válvula de escape internacional ao risco, ou seja, assim que o mercado toma o susto imediato, opta por investir em um dos dois. No entanto, já a algum tempo a economia americana veio injetando dinheiro na economia assim como mantendo os juros extremamente baixos, gerando uma bolha de excesso de liquidez, ocorrendo mesmo na Europa e Japão, logo, se as economias mundiais passarem a aumentar seus gastos para reaquecer a economia a níveis mais acelerados, além de aumentar a taxa de juros, elevarão exponencialmente seu grau de endividamento, pressionando a bolha da liquidez gerada até então.

Por fim, o ouro passa no momento por um movimento baixista, devendo fechar o ano abaixo de US$1300, mas continuo a afirmar que o cenário que se desenha adiante nos leva ao estouro da próxima bolha, gerada pela "Trumpmania", com seus desdobramentos, logo, esta queda nos levará a uma alta muito maior adiante.

Já no mercado nacional, o ouro subiu, já que a valorização do dólar foi maior do que a queda da onça, o dia deverá ser de baixa no dólar, com realização de lucro interno em dia de agenda fraca, logo deverá fechar abaixo de R$135,50.

MERCADO NACIONAL - OURO

BMF&BOVESPA– R$135,50 (Fechamento 10/11 +3,43%)

DÓLAR

Dólar superou os R$3,36 através de uma alta violentíssima, sendo a maior valorização dentro do mesmo dia dos ultimos 8 anos, chegando inclusive a testar os R$3,39, fechando com alta de 4,70%.

Os três pilares que levaram o dólar a esta valorização forte diante o real foram: Trump, Temer e Banco Central. O primeiro fator se da pela continuidade da imprevisibilidade que o governo do novo presidente americano pode trazer ao mercado, o qual, já sinalizou ao longo da campanha que ampliará os gastos em infraestrutura para reaquecer a economia americana, logo temos novas previsões de alta inflação nos EUA, a partir do inicio do seu governo, o que leva a perspectiva de que os juros americanos serão aumentados ao menos 3 vezes ao longo de 2017, para conter a chamada “Trumpflação”.

Já em relação a Temer, com a noticia de que a chapa Dilma-Temer na campanha de 2014 recebeu um cheque da Andrade Gutierrez, levou os mercados a considerar a possibilidade de risco político, com a cassação do atual presidente do país, o que levaria a uma instabilidade das reformas propostas.

Por fim, o Banco Central havia sinalizado que não interveria no mercado, mas continuaria a monitorar suas possíveis distorções, logo a volatilidade do dia ficou a mercê do mercado. No entanto, para hoje é esperado que o Banco Central entre vendendo para conter a alta da moeda, já que, com o dólar mais caro, o governo terá maior dificuldades em convergir a inflação para meta.

Para hoje os investidores estão de olho no indicador de Confiança do Consumidor (EUA – Novembro) que será divulgado as 13:00, no entanto, o foco maior ainda é em possíveis indicações de Trump para composição do seu governo. Para secretaria do tesouro é esperado um nome de Wall Street, ex-executivo da Goldman Sachs, o que levaria o mercado a um maior alivio, já que é esperado decisões mais sensatas dele.

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