CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
Passada uma semana impressionante em diversos aspectos, passando desde a movimentação global das curvas de juros, alimentando os temores de um ciclo recessivo; as eleições argentinas, reduzindo a possibilidade de recondução de Macri a um segundo mandato e a saída do ministro da economia; até os desdobramentos da guerra comercial, onde a confusão de declarações de Trump alimentaram a volatilidade.
Como citamos anteriormente, aos EUA o cenário não é tão nebuloso, dada o saldo positivo de indicadores econômicos, com inflação salutar e desemprego em baixa. Porém, o restante dos países do mundo continua a sinalizar um cenário mais tenso, com a possibilidade real de recessão.
Na Europa, o grande país a puxar o crescimento do continente, a Alemanha, sofre com a falta de tração na economia e os feitos do BCE estão longe de surtir o efeito desejado, ainda que os programas de alívio quantitativo continuem ativos, para a ‘inveja’ de Trump.
Esta falta de cobertura da maior economia da União Europeia é crítica também quando países do mediterrâneo ainda lutam para reverter suas crises locais, muitas de caráter fiscal e limitam o poder de ação dos governos na tentativa de estimular a economia.
Daí as declarações do ministro das finanças alemão Olaf Scholz, que a Alemanha tem a força fiscal para mitigar qualquer crise econômica futura com força total e sugeriu que Berlim poderia liberar cerca de € 50 bilhões em gastos extras.
Diversos países operam sob curva de juros com rendimentos negativos, em especial os países nórdicos, porém nem isso tem sido suficiente para estimular empresas e consumidores a assumirem compromissos de longo prazo.
Esta semana conta com uma agenda econômica mais enxuta, porém de grande relevância ao contexto atual, em especial com a divulgação de PMIs em diversos países, um importante indicador de perspectivas econômicas; da ata da última reunião do FOMC, onde os investidores buscam o ponto de vista do Fed para a situação atual e futura dos EUA e do mundo; IPCA-15, arrecadação e Caged no Brasil; e a reunião de Jackson Hole nos EUA.
Esta talvez seja uma das mais importantes reuniões de banqueiros centrais nos últimos anos, dada a perspectiva de um contexto de juros historicamente baixos e cenário com possibilidades de disrupção como poucas vezes se viu de maneira tão previsível.
A guerra comercial entre EUA e China continuam a ser um importante driver deste cenário e afeta fortemente as economias asiáticas, onde o Japão registrou mais um resultado negativo no setor imobiliário, junto à uma série negativa de dados industriais, aliado a dados mais modestos de países como Coreia do Sul e Vietnã.
O balanço de riscos é enorme, porém a solução, ainda que verbalmente pareça simplista, reside no fim das tensões comerciais e na esperança de que países com melhor situação fiscal, como Alemanha, abram ainda mais as ‘torneiras’ e deixem o dinheiro fluir.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com os estímulos alemães na economia e guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, com a melhora no rendimento dos US Treasuries.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com exceção ao min. de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta, na perspectiva de melhora do cenário econômico.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,63%
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0059 / 0,33 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / 0,117%
Dólar / Yen : ¥ 106,54 / 0,150%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,181%
Dólar Fut. (1 m) : 4004,09 / 0,15 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,29 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,40 % aa (-1,28%)
DI - Janeiro 23: 6,37 % aa (-1,39%)
DI - Janeiro 25: 6,88 % aa (-0,86%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,76% / 99.806 pontos
Dow Jones: 1,20% / 25.886 pontos
Nasdaq: 1,67% / 7.896 pontos
Nikkei: 0,71% / 20.563 pontos
Hang Seng: 2,17% / 26.292 pontos
ASX 200: 0,97% / 6.467 pontos
ABERTURA
DAX: 0,970% / 11674,88 pontos
CAC 40: 0,857% / 5346,21 pontos
FTSE: 0,992% / 7187,74 pontos
Ibov. Fut.: 0,84% / 100649,00 pontos
S&P Fut.: 0,789% / 2914,30 pontos
Nasdaq Fut.: 1,031% / 7690,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,41% / 76,56 ptos
Petróleo WTI: 1,08% / $55,46
Petróleo Brent:1,24% / $59,37
Ouro: -0,92% / $1.499,59
Minério de Ferro: -0,16% / $93,61
Soja: 1,00% / $15,15
Milho: -1,62% / $364,75
Café: -0,11% / $92,70
Açúcar: -1,12% / $11,52