Os preços do trigo oscilaram novamente em setembro. As altas estiveram atreladas à posição firme dos vendedores que ainda têm lotes de trigo da safra anterior para negociar – esses agentes estão preocupados com a produtividade das lavouras e a qualidade do grão na temporada 2018/19, devido às chuvas e geadas registradas em agosto. Já as quedas refletiram a maior oferta do cereal nas regiões Sul e Sudeste do País.
No acumulado de setembro (31/8 a 30/9), as cotações do trigo no mercado de balcão (pago ao produtor) registraram queda de 4,6% no Paraná, mas subiram 1,1% no Rio Grande do Sul e 0,2% em Santa Catariana. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores aumentaram 2,8% em Mato Grosso do Sul e 2,1% em Minas Gerais, mas recuaram expressivos 12,3% no Paraná, 6,9% em Santa Catarina e 4,2% em São Paulo.
CAMPO – Dados do Deral/Seab apontam que, até o dia 1° de outubro, 47% das lavouras do Paraná já haviam sido colhidas – dentre as que ainda estão no campo, 57% apresentavam boas condições, 25%, médias e 18%, ruins. Em termos de comercialização antecipada, o Deral divulgou que 13% da safra do estado já foi negociada.
No Rio Grande do Sul, por outro lado, a colheita deve se iniciar em meados de outubro. A Emater/RS aponta que, até o final de setembro, 10% das lavouras do estado estavam em desenvolvimento vegetativo; 34%, em floração; 52%, em enchimento de grãos; e 4%, em maturação. De modo geral, produtores seguiam atentos às condições dos cultivares, devido às variações de umidade e temperatura, mas acreditam que, ainda assim, a produtividade média seja de 3 toneladas/hectare.
Na Argentina, a colheita deve se iniciar somente no final de outubro, ganhando força em novembro. Vale lembrar que o cultivo no país deve ser o maior em 17 anos, com 6,2 milhões de hectares. No entanto, com 20% das áreas implantadas em condições ruins ou muito ruins, a oferta pode ser limitada.
Nos Estados Unidos, o semeio do trigo de inverno havia alcançado 28% da área total até o dia 23, avanço de 15 pontos percentuais em relação à penúltima semana de setembro. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o semeio em 2018 está 5 pontos percentuais à frente.