Em novembro, os preços do trigo no mercado nacional oscilaram, e a liquidez esteve baixa. Com os maiores volumes doméstico e importado, em linha com o observado no mês anterior, alguns compradores se mostraram abastecidos por três meses, em média. Outros demandantes indicam ter programação para receber o grão no início de 2019. Vendedores, por sua vez, se retraíram dos negócios, argumentando que os atuais patamares de preços não cobrem os custos da cultura. No acumulado de novembro, as cotações no balcão (valor pago ao produtor) subiram 4,4% no Paraná e 2,4% no Rio Grande do Sul. No mercado de lote (negociações entre empresas), por outro lado, os valores recuaram com mais força. No Rio Grande do Sul, a queda foi de 16,5%, em São Paulo, de 12,1%, em Santa Catarina, de 10,9% e, no Paraná, de apenas 1,7%. Nos campos brasileiros, a colheita foi finalizada na última semana de novembro nas principais regiões produtoras do cereal. Informações do Deral/Seab relatam que, em algumas regiões do Paraná, o rendimento foi satisfatório, embora diversos lotes do cereal não tenham alcançado características necessárias para panificação. No Rio Grande do Sul, a Emater/RS aponta que a produtividade média do trigo está variando de 2,2 a 3,3 t/ha. No estado, parte do trigo está com pH abaixo de 78, alguns lotes não perderam qualidade para processamento. Quanto à Argentina, a colheita alcançou 32% da área total até a última semana de novembro – o volume colhido no país vizinho somava 4,58 milhões de toneladas no mesmo comparativo. Em relação às lavouras, 6,8% estão em excelentes condições, 30,8%, boas, 57,3%, regulares e 5,1%, ruins. Nos Estados Unidos, o trigo de inverno se desenvolvem bem e 10% apresentam condições excelentes, 46%, boas, 42%, ruins e 2%, muito ruins. Naquele país, 86% das lavouras já emergiram.
DERIVADOS – Os preços dos farelos encerraram o mês em queda, devido à necessidade de comercialização para que algumas empresas pudessem continuar ativas no mercado, pelo menos até a chegada dos recessos de final de ano. Quanto às farinhas, o mercado apresentou movimentos mistos, mas vale ressaltar que a maioria dos segmentos finalizou o mês em baixa. No acumulado de novembro, o preço do farelo a granel recuou 1,38% e o do ensacado, 1,03%, respectivamente. As cotações das farinhas para bolacha doce, integral, pré-mistura, massas em geral e panificação recuaram 1,86%, 1,82%, 0,71%, 0,38% e 0,2%, na mesma ordem. No entanto, a farinha para massas frescas se valorizou 0,24% e a para panificação, 0,17%.
INTERNACIONAL – Na Argentina, principal país fornecedor de trigo ao Brasil, os preços no porto de Buenos Aires recuaram 2,7%, a US$ 220,71/t na média de 30 de outubro a 30 de novembro. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/18 do Soft Red Winter recuou 1,2% no acumulado de novembro, a US$ 5,0532/bushel (US$ 185,67/t) na média mensal. Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento para o trigo Hard Winter caiu expressivos 5,8%, a US$ 4,8329/bushel (US$ 177,58/t) no mesmo comparativo.
IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES – Em novembro, segundo dados da Secex, as importações brasileiras de trigo em grão somaram 494 mil toneladas, volume estável (-0,1%) frente ao registrado em outubro. Do total adquirido pelo Brasil, 7,5% vieram da Argentina, 13,7%, do Paraguai, 9,2%, dos Estados Unidos e apenas 1,6% veio do Canadá. Para o segmento de farinhas, as importações aumentaram 26,815 mil toneladas (20,8%) de um mês para outro e as exportações se reduziram em 9,7% em novembro, a 191 t no mês passado.