Em outubro, os preços de trigo recuaram, devido à fraca demanda pelo grão nacional, por causa dos estoques mais alongados de moinhos e indústrias. Nesse cenário baixista, vendedores seguiram retraídos. Assim, entre 28 de setembro e 31 de outubro, os preços do trigo em grão no mercado balcão (recebido pelo produtor) no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná fecharam com quedas de 9,6%, 3,2% e 2%, respectivamente. No mercado disponível (negociações entre as empresas), as cotações no Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraná caíram 17%, 13,3%, 9,1%, 8,1% e 4,6%, na mesma ordem.
Quanto aos trabalhos de campo, a colheita segue em bom ritmo no Brasil. No Paraná, dados do Deral/Seab apontam que 86% do trigo já havia sido colhido até o dia 5 de novembro. Das lavouras que ainda estão no campo, 56% apresentam condições boas, 28%, médias e 16%, ruins. Destas, 84% estão em fase de maturação e 16%, em frutificação. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater/RS, 48% da área total destinada ao trigo foi colhida até a última semana de outubro. No estado sul-rio-grandense, a produção deve alcançar as 2,06 mil toneladas, com produtividade média de 2,9 toneladas/hectares – vale ressaltar que os dados serão reajustados com o avanço da colheita.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales aponta que 4,5% do trigo foi colhido até a última semana, totalizando 280 mil hectares. As precipitações em boa parte de Buenos Aires favoreceram as lavouras que estão em fase de embonecamento e enchimento de grãos. Em território norteamericano, o semeio de trigo se estendeu por 84% da área até o último dia 4, avanço de 6 pontos percentuais frente à semana anterior – de acordo com os dados do USDA. Do que já foi implantado, 70% das lavouras já emergiram.
DERIVADOS – Com qualidade inferior da ideal para o processamento de alguns tipos de farinha, compradores pressionaram as cotações em outubro. Quanto às comercializações, estiveram ligeiramente maiores frente a setembro. Assim, os preços da farinha para bolacha salgada, panificação, pré-mistura, massas frescas, integral, bolacha doce e de massas em geral recuaram 2,65%,1,99%,1,76%, 1,43%,1,25%,0,76% e 0,48%, respectivamente. Quanto ao farelo, os preços tiveram movimentos distintos em outubro, visto que o processamento de trigo está abaixo do esperado e a competitividade com o milho um pouco maior. Assim, no mês, os preços do ensacado avançaram 0,64%, enquanto os do a granel recuaram 1,67% frente a setembro.
INTERNACIONAL – Os preços do trigo argentino também estiveram em queda em outubro, devido, principalmente, à melhora na qualidade de algumas lavouras. As cotações FOB no porto de Buenos Aires caíram 2,2% de 28 de setembro a 31 de outubro, a US$ 225,00/tonelada no último dia do mês. Nos Estados Unidos, o primeiro vencimento (Dezembro/18) do Soft Red Winter caiu 1,7%, a US$ 5,1122/bushel (US$ 187,84/t), na média mensal. Na Bolsa de Kansas, para o contrato de mesmo vencimento, o trigo Hard Winter registrou queda de 3,5%, a US$ 5,1302/bushel (US$ 188,50/t), no mesmo comparativo.
SECEX – Em outubro, segundo dados da Secex, as importações brasileiras de trigo em grão somaram 494,36 mil toneladas, volume 15,8% inferior ao registrado em setembro. Do total importado, 86% vieram da Argentina, 9% do Paraguai e 4%, do Canadá. Para o segmento de farinhas, as importações permaneceram relativamente estáveis, a 22,2 mil toneladas (-0,5%) de um mês para outro e as exportações aumentaram expressivamente, saltando de 66 toneladas em setembro, para 212 t no mês passado.