TRIGO: Festas reduzem negócios
Os preços domésticos de trigo em grão praticamente não se alteraram nas regiões pesquisadas pelo Cepea. A sustentação vem da menor oferta do cereal de qualidade, já que a demanda por parte dos moinhos diminuiu desde a última semana.
Temendo dificuldades para o recebimento do grão durante as festas, processadores anteciparam as compras e indicam estar estocados até os primeiros meses de 2016. De 11 a 18 de dezembro, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), houve ligeira queda de 0,4% no Rio Grande do Sul e de 0,2% no Paraná.
No mercado disponível (negociações entre empresas), a variação foi negativa em 0,2% no Rio Grande do Sul, mas no Paraná, com de 0,3%. Os valores ficaram estáveis em São Paulo.
ETANOL: Produção aumenta e consumo é recorde; cotação segue estável
O ano teve aumento de produção e também demanda recorde. No balanço, os preços médios desta temporada pouco se alteram em relação à anterior, em termos reais (deflacionadas pelo IGP-M de nov/15), fazendo deste o quarto ano seguido de estabilidade. Muitas usinas, no entanto, não têm conseguido compatibilizar preços estáveis com custos crescentes e, segundo a Unica, ao final desta safra, ao menos mais dez empresas do setor devem encerrar atividades.
Na média da atual temporada (abril-novembro), o valor do hidratado (Indicador semanal CEPEA/ESALQ, referente ao estado de São Paulo) esteve em R$ 1,3737/litro, um pouco acima (1,2%) do registrado para igual intervalo do ano passado (em termos reais) – somente na parcial de 2010/11, houve uma média bem menor que esta, de R$ 1,2002/l, em termos reais.
Para o anidro, a cotação até novembro foi de R$ 1,5094/l, baixa de 1% no comparativo anual. No mesmo período de 2010, a média desse combustível foi de R$ 1,3965/l, também se deflacionando os indicadores semanais pelo IGP-M de nov/15.
AÇÚCAR: Câmbio e valorização externa sustentam preço do cristal no BR
Na atual safra (2015/16), os valores do açúcar cristal no mercado spot paulista começaram a reagir na última semana de agosto, quando as exportações voltaram a remunerar mais que as vendas domésticas, o que não era observado desde meados de fevereiro, segundo cálculos do Cepea.
Entre os fatores que justificaram a maior rentabilidade das exportações estiveram a valorização do dólar frente ao Real e as altas nas cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que saíram dos 10 centavos de dólar por libra-peso para a casa dos 14 centavos de dólar por libra-peso. Esse cenário foi decisivo para inverter a tendência dos preços do açúcar, que atingem neste final de ano patamar recorde.
O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180, fechou a R$ 81,58/sc de 50kg no dia 21, segundo maior valor nominal da série do Cepea, ficando atrás somente do dia anterior (R$ 81,69/sc).