Os rendimentos das principais classes de ativos registraram alta nos últimos meses, com base no desempenho de uma série de fundos de investimento negociados em bolsa ETFs. A questão é saber se as taxas de retorno relativamente altas compensam as preocupações com a possibilidade de perdas de capital no curto prazo.
O que está claro é que os rendimentos aumentaram de forma geral desde nossa atualização anterior no fim de fevereiro. A maior taxa de retorno ainda está nos títulos públicos protegidos contra a inflação, excluindo EUA (WIP), que foi de mais de 9% nos últimos 12 meses, segundo a Morningstar.com. O rendimento médio dos fundos listados abaixo é de 3,85%. Esse número está levemente abaixo da atualização de fevereiro, mas principalmente devido a uma queda desproporcional na taxa dos WIP. Excluindo WIPs, há uma ligeira alta geral.
Como sempre, uma decisão importante para quem busca retornos maiores é determinar se o mercado de treasuries oferece uma alternativa atraente. O título de 10 anos dos EUA, por exemplo, rende atualmente 3,37%, ou cerca de 50 pontos-base abaixo da média do rendimento das principais classes de ativos listadas anteriormente.
É claro que a taxa de 10 anos do governo americano é livre de risco, ao passo que o maior rendimento das principais classes de ativos deve registrar flutuação, sem qualquer garantia. Não devemos nos esquecer de que os resultados passados servem apenas de referência para fazermos projeções para o futuro.
Outro fator a ser considerado é a possibilidade de que o ciclo de aumento de juros do Federal Reserve tenha atingido o pico. Se for esse o caso, os preços dos títulos devem subir, o que oferece um incentivo para ganho de capital aos títulos do Tesouro. Por outro lado, se as taxas tiverem atingido o pico, os ativos de risco também devem se beneficiar.
"Esperamos que o Fed mude de postura e corte os juros assim que a batalha contra a inflação estiver vencida", ressaltou Preston Caldwell, economista sênior da Morningstar Research Services para os EUA. "[O presidente do Fed] Powell afirmou que, se a previsão de inflação do banco central se concretizar (com a taxa de inflação ano a ano atingindo 3,3% no final deste ano), não estará disposto a cortar os juros. Mas esperamos que a inflação caia mais rapidamente do que isso, razão pela qual acreditamos que o Fed estará pronto para cortar as taxas em dezembro de 2023."
Enquanto isso, os investidores podem garantir um rendimento de 3,37% em um título do Tesouro de 10 anos sem risco. Isso está bem abaixo do pico recente de 4,25% estabelecido em outubro, mas ainda está perto do nível mais alto em mais de uma década. Se as previsões para a inflação mais baixa e uma pausa iminente do Fed, com cortes subsequentes, estiverem corretas, o retorno total do título de 10 anos será competitivo em relação à busca de rendimento em ativos de risco.