Começamos a semana bem hein senhoras e senhores!
Bolsas na Europa, futuros americanos, prata, ouro, petróleo… tudo em baixa. #Mondayfeelings!
Fraude em bancos (fonte)? Tsic tsic.
Dá para voltar a dormir já?
FALANDO DE BRASIL…
A isso se soma o movimento estranho de sexta quando vimos os DIs “rasgarem” no Brasil. Em suma, muitos investidores (fundos) apostando para um mesmo lado. Quando alguns resolvem desfazer sua posição, o que vemos é uma certa correria e a porta estreita. Muita gente hoje aposta em juros para baixo no Brasil. Ok, faz sentido. Mas “e se”… Esse “e se” que gera incerteza e faz o sujeito (ou vários deles) mudarem sua posição é que gera esses movimentos:
Não é normal uma movimentação dessas no DI. Pode ser atribuída a essa surpresa nos preços de alimentos – vide gráfico da ING abaixo. Ainda que o BC tenha deixado claro que juros devem permanecer baixos por um longo prazo. Isso e o descompasso fiscal sempre presente que suscita dúvidas em torno da solvência fiscal do país.
E ela nunca vem sozinha. Vimos o dólar saltar e bolsa despencar na sexta, num dia que, a meu ver, não teve nada de excepcional. Queda normal no mercado externo que “reverberou” de forma agressiva internamente.
Apesar disso, conforme comentei aqui, o que tenho lido a respeito do Brasil, salvo o risco político sempre presente, é de que a economia tem reagido bem. Os últimos dados de vendas no varejo, produção industrial e vendas de veículos, PMI e o IBCBr… todos surpreenderam pela ponta positiva!
Isso, aliado a uma bolsa de lado para baixo, vai ajustando certos exageros, tornando o investimento em renda variável ainda mais interessante. Veja que, mesmo comparado a outros emergentes, a bolsa brasileira tem ficado para trás em termos de performance. Em verde o IBOV e em vermelho o EEM (NYSE:EEM) que representa os mercados emergentes.
Essa performance mais fraca, a meu ver, tem relação com o peso financeiro que temos na bolsa brasileira e sua underperform no ano. Chama realmente muita atenção a discrepância de performance setorial de bancos (laranja) e setor imobiliário/properties/shoppings (vermelho) vis a vis outros setores.
O mundo não quer mais tijolo e cimento? Se não tiver digital ou tech no nome não presta?
Assim como nos EUA, o universo tech da América Latina tem ganhado um espaço no mercado. Como temos muitos poucos nomes dentro desse universo, a alta nos pouco nomes acaba sendo exagerada ou desproporcional (my opinion). Mas veja que, em termos de representatividade, as empresas “tech” das bolsas emergentes ainda representam muito pouco do todo… em especial na América Latina. A realidade é que faltam nomes. A realidade é que a economia latina ainda é pobre em termos de grandes “nomes techs”.
Enfim, entendo a baixa representatividade nas bolsas latinas e a busca por um investimento mais “conectado” com momento dessa nova economia que emerge pós-corona. Mas na minha cabecinha tacanha de um cara criado no interior do Rio Grande do Sul durante a década de 1980 (cito isso pelos viéses que carregamos) existem certas coisas que fazem sentido e outras não… Sigo sem entender certas valuations de algumas das empresas “tech” da bolsa vis a vis e de bancos lucrativos e de empresas com o bom e velho tijolo com argamassa que resiste a presidentes, crises e tudo mais.
FALANDO DE USA
A vol das opções…
O mercado por aqui segue volátil (mais do que a média), com o movimento de opções ainda sendo relativamente atípico (também acima da média), vide linha laranja (reportagem da Bloomberg que fala do vencimento de sexta-feira: fonte).
A explicação para isso eu já dei aqui (as sardinhas, os tubarões, a baleia e o canarinho no mercado)… mas além da baleia da Nasdaq, temos a presença cada vez maior da PF no mercado e em especial no mercado de derivativos.
E, em geral, a volatilidade implícita segue alta e apontando para um cenário de incerteza que perdure pós eleições. Em outras palavras daria para dizer que o mercado acredita que o resultado das eleições americanas possa demorar para sair (fonte).
O long em “techs”
Fora a questão da volatilidade e da perigosa agressividade de investidores pessoa física no mercado de opções, cresce a discussão acerca de um possível “rotation” de setores com investidores saindo mais e mais das posições concentradas em tecnologia e se aventurando em outros setores. Uma pesquisa recente da BofA Merril Lynch acerca de qual seria o trade mais crowdeado do momento (aquele que já teriam muitos investidores apostando) é o posicionamento long em ações de tecnologia:
Rotation?
Assim como a pesquisa mostra, não é um tema novo. Tenho ouvido isso já há algum tempo, na real. Mas chama atenção que recentemente muitos hedge funds “viraram a mão” e agora já apostam contrariamente (vendidos) no Nasdaq (fonte):
Quem aposta no rotation defende que o advento de uma vacina beneficiaria justamente as empresas que até aqui mais sofreram. Dado que com o passar do tempo, ao menos em tese, nos aproximamos de uma vacina, há ai um argumento para mudar de posições vencedoras e apostar nas empresas ou setores mais tradicionais. Pesquisa do Goldman mostra que o otimismo com as empresas consideradas value (definição) aumenta em decorrência de uma vacina.
Me parece fazer sentido… mas é sempre uma aposta contrária. Sempre gosto de lembrar que muitas das empresas tech hoje carregam balanços sólidos, forte fluxo de caixa e um modelo de negócio já testado e lucrativos… ainda que sim, seus valuations hoje sejam beeem esticados (falo de forma genérica).
Otimismo.
Independente do rotation ou não, o que tenho visto é uma melhora do humor com os futuros resultados das empresas… ou seja, mercado apostando em crescimento de lucros olhando para frente.
E isso se traduz num S&P menos caro do que muitos podem imaginar… afinal, se os lucros crescem, o múltiplo Preço/Lucro se ajusta:
E com a política do Fed de juros baixos por um longo período o que vimos recentemente foi um Buy de Dip… ou seja, mercado caiu? Toma! Fluxo para equities disparou nas últimas semanas – fonte.
ACABANDO
Tentei passar um pouco de tudo que vi/li a respeito do mercado.
Semana que vem Breno e Eliseu farão a tônica… eu estarei envolvido com a minha mudança.
Segunda começa pesada, mas faz parte… depois da segunda tem a terça, a quarta, a quinta, etc. Não se desesperem.
Era isso.
Aquele Abs.