Esse final de semana estava lembrando uma conversa que tivemos na área de análise lá em meados de 2011 a respeito de China. Qualquer investidor de VALE deveria saber que é deveras importante saber o que se passa pelo outro lado do mundo. Enfim a questão é que os números e a dinâmica da economia chinesa inspiravam cuidados. Geravam receios. chegamos a uma conclusão: vai dar merda! Passados 6 anos, a China tá lá e não deu nenhuma merda.
Em fevereiro de 2016 li um artigo de um cara, se não me falha a memória era do Morgan, falando de ciclos e que a cada 8 anos tivemos uma grande crise no sistema financeiro. Ele queria dizer que 2016 seria “o” ano de uma nova grave crise. Aí tinha toda aquela história de desaceleração chinesa e os efeitos nas commodities. Um mundo desinflacionário, etc, etc.
Passados 1 ano e 8 meses cá estamos.
O que quero dizer com essas historinhas?
Sim mercados nos EUA estão esticados. sim as coisas não China nunca cheiraram bem. É verdade que as ações e bolsas de países emergentes apresentaram uma bela valorização em 2017. Agora é impossível prever quando e se vai haver uma grande M que poderá afetar nosso rico dinheirinho! Não por acaso o VIX segue próximo ao low histórico .
Portanto, salvo eventos que muito dificilmente conseguiremos pontuar ou determinar QUANDO irão acontecer, ainda que exista uma grande probabilidade que aconteçam, sigo vendo um cenário bom e favorável para os mercados.
No GIRO PELO MUNDO comento como aquilo que tem acontecido no Brasil é reflexo de um ano bom pra emergentes. Aqui vai uma palinha. Veja que o yield dos bonds de países emergentes tem caído (taxas de juros dos títulos de dívida dos países) não só no Brasil, mas no mundo todo.
Tem mais coisa interessante. Se puderem deem uma olhada lá.
Voltando a questão da semana, os agentes em geral seguem otimistas e isso me preocupa. Escrevi ali em cima que sim o cenário na real segue positivo. Problema é que todo mundo já sabe disso. Me preocupa o que ninguém sabe. Rs
O Termômetro Broadcast Bolsa mostra que entre 39 participantes, a expectativa para semana é de alta para 71,79%; de estabilidade para 12,82%; e de queda para 15,38%. Na edição anterior, 67,65% dos participantes esperavam alta para o índice
Do lado político só preocupações. A questão da denúncia Temer a meu ver fica em segundo plano, no entanto ela faz preço na medida em que usam esta como proxy para a (im?)possível reforma da previdência.
Rosa Riscala escreveu o seguinte:
. Analistas políticos dizem que o ambiente no Congresso está mais desfavorável para TEMER. Há cálculos de que ele pode perder até 30 votos em relação à primeira denúncia, quando teve o apoio de 263 deputados.
. Mesmo TEMER parece ter jogado a toalha (em relação a reforma da Previdência) na entrevista ao site Poder 360, na semana passada, quando admitiu que precisa “consultar as bancadas” para verificar a possibilidade de votar a reforma ainda este ano.
Não obstante, a eleição de 2018 começa a despontar no radar. Temos Lula já em campanha; Ciro falando um monte de M como sempre; Hulk ??? quem sabe transforme a lata velha do Brasil em algo bom. Tem Dória e Alckimin em tese brigando e um Bolsonaro que é de difícil leitura. Acredito que teremos um candidato reformista e que fará o correto para o país, mas por ora o cenário começa a se desenhar nebuloso e na falta de clareza nego vende.
AGENDA:
Temos Confiança do Consumidor, Fluxo de Investimentos e transações correntes no Brasil e dados bancários no Brasil.
Mas NADA será mais importante que o Copom!! Todas fichas no 0,75% e um juros nos 7,5% ?
É o que parece. aguardem aquelas reportagens clássicas sobre as regras da poupança e dos investidores insatisfeitos com o rendimento da sua renda fixa.
Mas o que pode trazer o alento pra semana. o que a meu ver pode justificar novas altas são os resultados corporativos.
RESULTADOS, RESULTADOS E MAIS RESULTADOS. .
E essa semana começa a safra de balanços do 3T17. Aquela que vai separar os homens dos meninos. que vai justificar ou não o otimismo exagerado(?) de muitos com determinados ativos. Empresas beeeemm importantes e consideradas por muitos esticadas como: (SA:FIBR3), (SA:LREN3), (SA:ODPV3), (SA:ABEV3), (SA:USIM5). Outras mais resilientes casos da (SA:VIVT4), (SA:CCRO3), (SA:WEGE3), (SA:CSMG3), (SA:ENGI11). E outras que me geram muita curiosidade como (SA:HGTX3), (SA:SANB11), (SA:VALE3), (SA:AMAR3).
Prometo que dentro do possível vou postar aqui minha análise/interpretação dos números na ABA EMPRESAS. acompanhem!
Enfim o imponderável é sempre imponderável. Fica na parte do risco sistêmico não diversificável. é tipo “tá na chuva é pra se molhar!”. Fora isso tudo segue ok, um pouco esticado é verdade.
Mas aí tem 2 coisas: (i) vamos ver se os resultados sustentam esse otimismo; (ii) tem um monte de empresa fora do IBOV e de menor porte com bons resultados. Com expectativas interessantes e as quais é possível encontrar valor!
Era isso.
Aquele Abs!