ISSO AQUI É MUITO SÉRIO
Começo a Tônica chamando atenção para outro post. Uma tragédia aconteceu recentemente e me tocou.
Já recebi alguns comentários aqui no Bugg, de pessoas que leram meu posts e mudaram sua atitude frente a investimentos. Que desistiram da ideia lúdica e enganadora de “viver de trade”. Este é o quarto post dessa série que muitos criticam e que muitos elogiam e me agradecem por ter escrito. Te convido a leitura pois ISSO AQUI É MUITO SÉRIO!
GIRO PELO MERCADO…
Voltando ao mercado (IBOV), dia 26/08/2019 escrevi que havia uma “natural mystic” comum a todos movimentos de queda do mercado, quando a paúra e irracionalidade toma conta do mercado. Da mínima de segunda para cá a bolsa acumula +9,2% de alta. Espero que você tenha aproveitado!
De certa forma, bem em linha com o desempenho dos demais mercados emergentes que também andaram no período.
Refletindo de forma amplificada aquilo que se observou nos preços das commodities, as quais também tiveram uma “folga” e andaram subindo.
Em especial os preços do petróleo, os quais foram ajudados pela paúra da semana passada. A alta e paúra durou um dia. Conforme comentei semana passada, a pressão sobre as commodities só se manteria se de fato a Aramco tivesse dificuldades para recompor produção. Não foi o caso e o petróleo segue voltando. O que isso nos ensina? Muito cuidado ao “perpetuar” um cenário de 1 dia em qualquer previsão ou expectativa! Deixe a poeira baixar!
Mas enfim, com exceção do petróleo, penso que esses movimentos nas bolsas aqui e no mundo nada mais são do que um reflexo do mercado antecipando um possível acordo entre americanos e chineses no encontro de outubro simples assim. Nada de novo, como sempre digo, “não somos uma ilha”. O que acontece no mundo acaba nos impactando também.
Não por acaso S&P voltou as máximas. O que houve de concreto? Nada! Logo chegamos naquele momento que não há razões para o mercado subir. Por outro lado, por que o mercado cairia se ainda existe uma possibilidade de acordo entre EUA e China?
Não só isso, tivemos redução de juros pelo FED, algo que deve ajudar a dar sustentação para o mercado, ainda que já amplamente esperado; e tivemos também dados econômicos que tem surpreendido pela ponta positiva. Da uma olhada no Citi Economic Surprise que basicamente o quanto os indicadores macro tem se mostrado melhor que o esperado (mundo e EUA):
Falando em política monetária, o Banco Central do Brasil também deu a sua ajuda para sustentar mercado com a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. Curva de juros de curto prazo já aponta para baixo de 5% (4,89% para ser mais exato)!
Isso gera alguns efeitos:
(i) tende a gerar impactos positivos na economia num prazo de 6 meses daqui. É o tempo que normalmente demora para os juros gerarem efeitos na atividade;
(ii) empurra mais investidores (Pessoas Físicas, fundos de pensão, etc) a buscarem outras alternativas de investimento que remunerem melhor seu capital; e
(iii) Dólar! A queda dos juros torna o Brasil menos atrativo para os investimentos de renda fixa, de portfólio: o famoso carry trade, algo que tradicionalmente era feito pelos gringos que se beneficiavam de juros elevados na comparação internacional. Com isso, há uma tendência a entrar menos dólares no Brasil e isso pressiona o câmbio.
Há e tivemos outros fatores também como a tensão entre EUA e China que afeta a percepção de risco acerca de moedas emergentes; a situação na Argentina; a falta de crescimento e reformas no Brasil; não obstante, o governo também já se manifestou favoravelmente a uma taxa de câmbio mais depreciada (um dólar mais alto), que ajuda os exportadores e torna os produtos brasileiros mais competitivos externamente. Além disso, a inflação se mostra controlada no momento. Então, por que não?
Tenho estado errado no dólar, afinal escrevi aqui que achava ele esticado, sobrevalorizado, caiu um pouco e voltou tudo! Teve gente que apostou na queda algumas semanas atrás e ganhou. Sigo achando o mesmo: dólar esticado, mas talvez o novo normal seja em R$ 4 e não em R$ 3,7 como muitos podem pensar. Temos que “comer muito feijão” para justificar um dólar a R$ 3,70!
PARA ACABAR…
Tentar estimar o curto prazo é um belo exercício de achismo, um chute mesmo. Então aqui vai meu chute: acredito que por ora, sem novidades internas, o mercado deve fazer uma pausa para “respirar”.
Juros ajudam, mas sozinhos não fazem verão. Externamente esticado e já antecipado com o que temos hoje de novidades.
Acho o Dólar esticado, mas mundo está buscando dólar e internamente não houve grandes avanços. Então segura a fatura do cartão.
Era isso.
Aquele Abs.