Fala, turma! Inflação americana voltando a subir? Pois é, existia essa possibilidade de segunda onda inflacionária.
Porém, tivemos poupança em queda, consumo pessoal aumentando, renda pessoal e inflação PCE. Vamos entender todos os dados que saíram na DDM de hoje.
Começando pela Renda Pessoal (azul), que cresceu 0,5% mês/mês, dentro das estimativas. Já o Consumo Pessoal (laranja) cresceu 0,8% e bateu as estimativas também.
A gente sabe que, quanto mais consumo, mais pressão na inflação. Em março, gastos com serviços aumentaram $80,6bi, com mais gastos no setor de healthcare, housing (shelter) e utilities.
Na parte de bens, um aumento de $80,3bi, com mais gastos com combustíveis (energy). Na tabela abaixo, temos os dados que foram divulgados no dia de hoje.
Os principais itens que ainda continuam a puxar é shelter (housing), services (serviços) e energy (combustíveis, gasolina, troca de óleo etc).
Diante disso, agora temos todos os indicadores de inflação apontando para uma retomada de alta e ainda longe da meta do Fed (o Banco Central americano).
Do lado do PCE (inflação que mede o consumo pessoal), tivemos uma alta de 2,7% YoY, acima das estimativas. O Core PCE cresceu +2,8% e também veio acima das projeções.
Como é possível ver no gráfico, o momento era de desinflação, mas nada adianta se não continuar a queda na inflação. Com renda pessoal desacelerando a um passo mais lento e consumo aumentando, fica mais difícil.
O que chamou a atenção, foi o Core PCE de 3 meses anualizado, que deu um salto. Apresentou um crescimento de 4,4%, chamando a atenção para um aumento mais considerável da inflação no curto prazo.
Mesmo com o Core PCE e o PCE (ambos no mês/mês) dentro das estimativas, não estamos vendo muita melhora.
Um ponto que chama a atenção é a poupança dos americanos, ficou em 3,2% (-0,4p.p.) e está abaixo da média dos últimos anos.
Além disso, a poupança das famílias tiveram queda de quase 1p.p. nos 2 últimos meses. Eu já havia comentando que, o aumento no shelter (aluguéis) e energy (combustíveis, gasolina, troca de óleo e etc) pressionam a renda das famílias.
Soma-se a isso, o comentário que eu fiz 12 de março/24, quando tivemos o payroll (relatório de empregos dos EUA) e ficou constatado uma desaceleração nos ganhos reais dos trabalhadores americanos.
É possível que tenhamos uma desaceleração no consumo, mas não sabemos se vai ser o suficiente. No momento, a economia americana segue desacelerando e a inflação voltando a subir (tivemos altas no CPI – Inflação ao consumidor, PPI – Inflação ao produtor e PCE – Inflação ao consumo pessoal), o que torna mais difícil para o Fed agir da forma como ele gostaria.
A reflexão que fica é que o Banco Central americano parece estar atrasado de novo. Seguimos acompanhando as cenas dos próximos capítulos.
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