Uma possível reversão na tendência global de alta das taxas de juros tem favorecido a maioria dos segmentos dos mercados internacionais de títulos neste ano, com base no desempenho de uma série de ETFs até o fechamento do pregão de 9 de agosto.
O destaque é o VanEck J.P. Morgan EM Local Currency Bond ETF (NYSE:EMLC). O fundo acumula uma valorização de quase 8% em 2023. Esse desempenho supera com folga os títulos soberanos em mercados desenvolvidos sem hedge cambial (SPDR Bloomberg International Treasury Bond ETF (NYSE:BWX)) e uma carteira de títulos internacionais com hedge cambial (Vanguard Total International Bond Index Fund ETF Shares (NASDAQ:BNDX)). O EMLC também tem uma vantagem significativa sobre um índice de referência de títulos investment grade dos EUA (Vanguard Total Bond Market Index Fund ETF Shares (NASDAQ:BND)).
O único ponto fraco no cenário dos títulos internacionais em 2023 são os títulos de curto prazo emitidos por governos em mercados desenvolvidos por meio do BWZ, que atualmente apresentam uma pequena perda no ano.
Para investidores ágeis que preferem ajustes táticos, a oportunidade de explorar as baixas correlações entre os mercados de títulos internacionais e os dos EUA no curto prazo é atraente. Por exemplo, considere a recente alta nos títulos soberanos de mercados emergentes (EMLC). Essa alta contrasta notavelmente com o desempenho estável dos títulos investment grade dos EUA (BND).
Por outro lado, a recente alta nas partes mais arriscadas dos títulos de renda fixa também ocorreu no SPDR Bloomberg High Yield Bond ETF (NYSE:JNK), o que sugere que os investidores ainda podem encontrar oportunidades nos EUA.
Os investidores deveriam olhar com bons olhos os títulos internacionais? Essa é uma questão bastante discutida, em parte porque não há consenso sobre como ou se fazer hedge do risco cambial, que pode afetar o desempenho e o risco dos investidores nos EUA em uma medida maior com títulos internacionais em comparação com ações internacionais.
A Vanguard conclui que “manter uma alocação significativa em títulos internacionais (30% da exposição total em renda fixa) é uma forma eficaz para os investidores melhorarem os retornos ajustados ao risco em suas carteiras”.
No entanto, o fundo BNDX da Vanguard elimina o risco cambial, o que levanta a questão: isso elimina os benefícios, ainda que em parte, da diversificação internacional com títulos estrangeiros?
Parece que sim, com base no desempenho recente do Vanguard Total US Bond Market Index Fund (BND) em comparação com o Vanguard Total International Bond Index Fund (BNDX).
É justo observar que os mercados globais de títulos apresentam diferenças mais do que triviais em termos de risco e desempenho no curto prazo e, talvez, também no longo prazo, dependendo de como você define os títulos internacionais.
Contudo, o fator das taxas de juros, cada vez mais influenciado por forças globais, tende a direcionar os resultados. Por isso, a busca por benefícios de diversificação por meio da minimização do beta do mercado global de títulos representa um desafio maior quando comparado com a diversificação internacional em ações.