No dia 17 de fevereiro, a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) anunciou que tem US$ 1,5 bilhão em Bitcoin e que deve aceitá-lo também como meio de pagamento em um futuro próximo. Um carimbo de credibilidade como este, vindo de Elon Musk, que além de bilionário, é reconhecido por sua ampla visão de futuro, levou a cotação da criptomoeda a um pico histórico de U$ 51 mil dólares. Agora, muitos investidores devem estar se perguntando se perderam o bonde da história.
Isso gerou euforia no mercado, tanto que as buscas pela criptomoeda tiveram aumento de 193% neste começo de ano, de acordo com dados levantados pela Decode, empresa de dados e client acquisition. Independentemente da especulação, o Bitcoin se destaca entre as milhares de criptomoedas que existem no mundo hoje e aparece entre as principais moedas globais. Portanto, um ativo que merece ser olhado com atenção.
Em um ano, o Bitcoin valorizou 419% e somente em 2021 este percentual corresponde a 83%, sendo que após o anúncio da Tesla, houve mais 8% neste crescimento. (Economatica dez/20 e Morningstar fev/21). Vale lembrar que outros grandes players também já vêm investindo em Bitcoin, como PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34), Garyscale, JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), MicroStrategy (NASDAQ:MSTR) e ETC Group.
Ou seja, se o valor do Bitcoin começou a despontar quando uma rede de pessoas e empresas ligadas a tecnologia passou a fazer uso da criptomoeda, hoje a aposta de cada megainvestidor torna mais próxima sua aceitação em uma realidade mais ampla.
Ainda não é possível prever se esta é a máxima histórica, afinal, do mesmo jeito que teve um pico após o entusiasmo lançado no mercado por um investidor do peso da Tesla, a criptomoeda também já está derretendo rápido, com a venda por parte de muitos investidores que entraram no início da onda. Isso gera um efeito de manada que leva também outros investidores assustados a saírem.
Ou seja, mais do que fenômenos da economia e política, é uma volatilidade impulsionada pelo comportamento de quem investe. Um bom exemplo disso foi o caso da XRP, criptomoeda que há pouco tempo iria deixar de existir, mas foi resgatada por um grupo de investidores, ou entusiastas, que passou a comprá-la intensamente. Isso fez sua cotação subir, voltou a viabilizá-la e hoje alguns consideram com potencial semelhante ao do Bitcoin.
Mercado altamente influenciado por investidores milionários
Para tentar entender a hora de entrar ou sair do Bitcoin, é preciso acompanhar as movimentações de grandes investidores. Afinal, quanto mais players legitimam a criptomoeda, mais credibilidade ela ganha e indica uma tendência maior à possibilidade de aceitação. Também de acordo com os dados apurados pela Decode, outras criptomoedas que estão em ascensão nas buscas em 2021 são: Polkadot (+2.712%), Chainlink (+1.924%), XRP (+908%), Ethereum (+885%) e Stellar (+176%).
Exceto pelas movimentações de grandes investidores, a volatilidade das criptomoedas é mais imprevisível do que o mercado de ativos convencionais. Diferentemente do mercado de ações, por exemplo, em que o investidor pode fazer uma análise fundamentalista, analisando o balanço da empresa, seus planos e dívidas, o setor e seus pares pelo mundo, além de avaliar o cenário político e macroeconômico, no caso das criptomoedas, os fatores não são tão óbvios.
Por todos esses aspectos, é um investimento que precisa ser acompanhado com cautela, sendo mais indicado para investidores experientes e com carteiras diversificadas. Uma alternativa para se expor ao Bitcoin de forma menos arriscada são os fundos que contam com ativos digitais como parte de sua estratégia.
Portanto, para quem se sente estimulado por esse momento de entusiasmo visionário e pretende incluir criptomoedas em sua carteira este ano, é importante fazer parte da troca de informação nas comunidades digitais. Além de ficar de olho nas plataformas de investimento e no fuso horário dos mercados, grupos de Telegram têm sido fundamentais na estratégia dos investidores. Um movimento que começou com o espírito comunitário digital prospera na credibilidade construída com a forma mais atual do velho boca a boca.
Eduardo Galvão - Especialista em gestão e estratégia empresarial, marketing e visualização de dados, atualmente é CRO na Decode.