Publicado originalmente em inglês em 26/07/2021
- Resultados do 2T21 serão divulgados na segunda-feira, 25 de julho, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$11,53 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$0,936.
Apesar da turbulência passada, a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) se tornou uma grande história de crescimento para os investidores que continuaram fiéis à empresa e suas ações. Até janeiro deste ano, os papéis da fabricante de veículos elétricos (VEs) sediada em Palo Alto, Califórnia, haviam disparado mais de 11 vezes desde a mínima de março de 2020.
Após esse movimento meteórico, a trajetória das ações da Tesla e dos seus investidores se tornou incerta, em meio à crescente ameaça competitiva de fabricantes tradicionais, sinais de uma possível desaceleração de vendas na China e escassez incessante de semicondutores.
Depois de atingir a máxima histórica de US$900,40 em 4 de janeiro deste ano, as ações da Tesla se desvalorizaram 28%, ficando bem atrás do mercado mais amplo, que continuou subindo nesse período. A ação fechou na sexta-feira a US$643,38.
Quando a Tesla divulgar seu balanço mais recente no fim do dia de hoje, o fundador e CEO Elon Musk precisará responder se os melhores dias da fabricante de VEs ainda estão por vir, do ponto de vista do crescimento.
Os últimos números de produção e entregas da companhia, revelados no início de julho, foram encorajadores. A TSLA disse aos investidores que havia entregado 201.250 veículos em todo o mundo no segundo trimestre, um número recorde para a companhia, apesar da escassez de circuitos integrados (chips) e preocupações com a queda das vendas em seu mercado chinês. No entanto, apesar dessas entregas recordes, elas ficaram “levemente abaixo das expectativas”, como ressaltou a CNBC.
A maior parte das vendas no período foi do sedã Model 3 e do crossover Model Y, que são produzidos em Xangai e Fremont, Califórnia. Esses países são os maiores mercados da Tesla. Esse forte número de entregas é uma indicação de que Musk irá divulgar mais um forte balanço trimestral.
As estimativas consensuais dos analistas para o relatório de hoje também dão suporte a essa visão. O lucro por ação (LPA) deve dobrar em relação ao mesmo período do ano passado, para US$0,9364, enquanto as vendas devem saltar 90%, para US$11,53 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Concorrência aumentando
Ainda assim, como ressaltamos, as projeções de longo prazo da Tesla estão começando a ficar menos atraentes. A empresa enfrenta ameaças de gigantes automotivas como General Motors (NYSE:GM) (SA:GMCO34), Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34) e Volkswagen (OTC:VWAGY), que estão lançando suas próprias linhas de veículos elétricos. Na China, a liderança da Tesla em relação a outras startups regionais já começa a encolher.
Apesar das estimativas consensuais de alta em Wall Street para os resultados do 2º tri, as opiniões ainda estão bastante divididas quanto à direção das ações da Tesla.
Pouco antes da divulgação do balanço, o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) reiterou sua recomendação de compra para a Tesla, dizendo que enxerga uma receita forte e crescimento de margem. Em nova, o banco de investimento disse:
“Recomendamos compra nas ações da TSLA, pois nossa expectativa é que a empresa aumente seus volumes e sua liderança no mercado de VEs em rápida expansão, o que deve gerar uma forte receita e crescimento de margem.”
Barclays (LON:BARC) Brian, do Barclays, apesar de elevar sua estimativa de lucro para o segundo trimestre da Tesla de US$0,92 para US$ 1.08 por ação, disse que o papel ainda não é uma compra. Mantendo o preço-alvo de 12 meses de US$230 para a ação, Johnson disse ainda:
“Embora reconheçamos a melhora no lucro graças a iniciativas de precificação no [2º tri] e uma potencial alta de curto prazo nos papéis, acreditamos que parte dessa força se dissipará com o tempo”.
Em um intervalo de tempo maior, a perspectiva de analistas para a ação também é mista.
Gráfico: investing.com
Com base em um levantamento do Investing.com com 35 analistas, os participantes forneceram uma visão neutra das ações, com a maioria considerando uma alta de 7% nos próximos 12 meses.
Conclusão
A perspectiva de curto prazo para a Tesla melhorou depois que a companhia produziu mais carros no 2º tri do que os analistas esperavam. Isso mostra que a empresa está conseguindo superar os problemas de cadeia de fornecimento que estão afetando outras fabricantes tradicionais.
Esse impressionante desempenho, entretanto, pode não ser suficiente para que a ação continue subindo em relação aos níveis atuais, devido a preocupações cada vez maiores com a concorrência.