Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com.
- Metais de terras-raras são essenciais para a tecnologia e uma energia mais verde
- China domina o mercado de metais de terras-raras
- China inundou o mercado para acabar com a concorrência nos últimos anos e agora pode afogar os consumidores
- Um imperativo estratégico para a segurança nacional dos EUA – Afeganistão podem aumentar dominância chinesa
- REMX é um ETF focado em metais de terras-raras
Os metais de terras-raras são um grupo de dezessete elementos. Os quinze membros dos latanídeos na tabela periódica, em conjunto com o escândio e o ítrio, compõem o grupo.
Os metais de terras-raras incluem:
Fonte: https://lynasrareearths.com/products/what-are-rare-earths/
O gráfico mostra que os metais de terras-raras estão organizados em elementos leves (lantânio e samário) e elementos pesados (európio e lutécio). Os elementos mais pesados são mais raros e mais caros para se extrair da crosta terrestre.
Os metais de terras-raras são as commodities do presente e do futuro. Eles não são negociados em mercados futuros, apenas no mercado físico. A China é a maior produtora mundial de metais de terras-raras, controlando o mercado através de investimentos estratégicos em todo o mundo.
Embora EUA, Europa e outros países busquem aumentar sua produção de metais de terras-raras, os últimos eventos no Afeganistão podem aumentar ainda mais o domínio chinês.
Os metais de terras-raras são ingredientes essenciais para a tecnologia, e seus preços não param de subir. O fundo VanEck Rare Earth/Strategic Metals (NYSE:REMX) detém participações em empresas que extraem os elementos da crosta terrestre.
Metais de terras-raras são essenciais para a tecnologia e uma energia mais verde
As terras-arras são excelentes condutores de eletricidade, têm propriedades magnéticas únicas, são luminescentes e têm propriedades eletroquímicas. São componentes resistentes e leves, ideais para produtos de tecnologia. Ímãs permanentes respondem por aproximadamente 38% da produção total anual.
A revolução da energia verde só aumenta a demanda por metais de terras-raras, na medida em que são ingredientes cruciais em baterias recarregáveis para veículos elétricos e híbridos, além de turbinas eólicas. Os metais de terras-raras também são necessários em cerâmicas avançadas, catalisadores veiculares, refinarias de petróleo e petroquímicos, monitores, televisores, iluminação, lasers, fibra ótica, supercondutores, polimento de vidro e diversos outros produtos. As terras-raras são necessárias para vários produtos militares, como óculos de visão noturna, armamentos de alta tecnologia, sistemas de radares, entre outros.
Os metais são raros, pois ocorrem em outros elementos, o que torna sua mineração cara.
China domina o mercado de metais de terras-raras
A China é o maior país produtor de terras-raras, pois atende mais de 85% da necessidade mundial. O país asiático produz terras-raras em seu território. No entanto, a perspectiva de aumento da importância desses metais fez com que a China investisse na produção ao redor do mundo para garantir seu fornecimento, o que a fez assumir a liderança nessas commodities de alta tecnologia.
Os EUA veem o domínio chinês de terras-raras como uma questão de segurança nacional. O governo tem incentivado a construção de uma cadeia interna de suprimentos. No entanto, a mineração e o processamento de terras-raras é um negócio complexo, que gera desafios ambientais, no momento em que os EUA buscam combater a mudança climática.
China inundou o mercado para acabar com a concorrência nos últimos anos e agora pode afogar os consumidores
Em 2019, a China atendeu 85% das necessidades de terras-raras no mundo. Seus principais destinos foram Japão, EUA, Coreia do Sul e Itália.
Um relatório do Departamento de Defesa de 2018 documentou como os chineses inundaram estrategicamente o mercado com terras-raras, a fim de pressionar os preços e deter a produção e a concorrência.
A China está posicionada para pressionar o resto do mundo por preços mais altos ou manter os países reféns de elementos estratégicos por razões políticas. A deterioração das relações entre EUA e China pode ameaçar o fornecimento para os EUA e seus aliados na Europa e outras regiões. No melhor cenário, teremos preços mais altos no horizonte. No pior, a China pode interromper a cadeia de fornecimento e deixar os consumidores a ver navios.
Um imperativo estratégico para a segurança nacional dos EUA – Afeganistão podem aumentar dominância chinesa
Os metais de terras-raras são uma necessidade estratégia para os EUA. O mais poderoso país do mundo busca desenvolver novas cadeias de fornecimento. Ao mesmo tempo, os EUA desistiram de uma região rica com esses elementos, ao decidir sair do Afeganistão em agosto. Foram necessários 20 anos, trilhões de dólares, quatro presidentes e muitas vidas para substituir o Talibã pelo próprio Talibã. Com a saída dos EUA, a China passou a ocupar o vácuo deixado.
A China está estendendo sua mão para ajudar o Talibã. Pequim sinalizou que o governo chinês está preparado para uma cooperação amistosa com o Afeganistão. Na superfície, o Talibã é um aliado valioso da China no Sudeste Asiático. O Afeganistão detém reservas significativas de metais de terras-raras. A expertise chinesa na mineração e processamento desses elementos só tende a aumentar sua posição dominante nas commodities que são parte integrante dos avanços tecnológicos.
REMX é um ETF focado em metais de terras-raras
O fundo VanEck Rare Earth/Strategic Metals ETF (NYSE:REMX) detém participações em empresa que se beneficiam com a alta dos preços dos metais de terras-raras. Entre as principais empresas do seu portfólio estão:
Fonte: Barchart
A US$113,58 em 8 de setembro, o REMX tinha um patrimônio líquido de US$1,054 bilhão. O ETF negocia em média 208.589 cotas por dia e cobra uma taxa de administração de 0,59%.
Desde março de 2020, quando os preços das commodities tocaram o fundo do mercado, o REMX explodiu para cima.
Fonte: Barchart
O gráfico mostra a alta de US$23,91 a partir de 16 de março de 2020 até a máxima mais recente a US$119,76 no dia 31 de agosto. A valorização de mais de 400% nos últimos dezessete meses é um sinal de que as terras-raras são estratégicas para o desenvolvimento econômico mundial e estão nas mãos da China.
Com o controle chinês e a perspectiva de mais oferta do seu novo aliado, o Afeganistão, a tendência de alta deve continuar.