👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Teremos um Novo Boom das Commodities?

Publicado 22.02.2022, 13:16

O mundo já passou por alguns superciclos de valorização de commodities. Na segunda revolução industrial, no final do século 19, a forte expansão populacional e o aumento de renda causaram uma forte expansão na demanda por matérias-primas de todo tipo: alimentos, energéticas, metais. Então, nos anos 2000, o mundo viu algo parecido acontecer de novo. A diferença era que, no início do século 21, o aumento da demanda veio principalmente da China, com suas taxas de crescimento anuais na casa dos dois dígitos e a população enriquecendo. Agora, no início dos anos 2020, estaríamos vivendo algo similar?

Desde que passou a ser peça relevante na economia mundial, a China responde por boa parte da demanda da grande maioria das commodities. Pense no Minério de ferro, na celulose, no aço e no carvão, entre outras. Com isso, China desacelerando significa commodities para baixo; China crescendo mais rápido significa commodities para cima.

Durante a pandemia, a China adotou uma estratégia de combate contrária à maioria dos países desenvolvidos. À medida que atravessávamos novas ondas da Covid-19, Europa, EUA e, por vezes, até o Brasil relutavam em declarar novos lockdowns, enquanto a China foi implacável em imediatamente colocar em prática a sua política de tolerância zero. Na frente econômica, os bancos centrais dos países desenvolvidos (e do Brasil também) se viram forçados a reduzir suas taxas de juros para estimular a economia em um período delicado para a atividade, enquanto a China manteve certa estabilidade nos seus juros. O resultado disso foi EUA, Europa e Brasil crescendo além do esperado em 2021, enquanto a China se expandiu dentro das expectativas.

Agora, com a gradual retomada das atividades, colhemos uma herança deixada pelas políticas estimulantes e pelas cadeias produtivas mundiais ainda fragmentadas: a inflação. Para controlar os preços, então, o movimento de subida de juros, que aconteceu com certa antecipação no Brasil, agora atinge os países desenvolvidos. O movimento, agora, é de subida de juros aqui, nos EUA e na União Europeia. Na contramão de todos esses países, a China sinalizou que vai diminuir os juros, adotando uma política monetária expansionista, depois de ter segurado a onda durante a pandemia.

Olhando à frente, o dinheiro barato na China estimula investimentos industriais, consumo e, por conseguinte, a demanda por commodities, já que, como sabemos, o gigante asiático concentra boa parte da demanda por elas. Nesse cenário, os países em desenvolvimento, com suas economias baseadas na exportação de matéria-prima, levam a melhor.

O Brasil, que é uma “economia atrasada”, baseada em produtos “de baixo valor agregado”, é na verdade base para boa parte das cadeias industriais globais. Apesar de termos à frente um cenário desafiador para o consumo doméstico aqui no Brasil, o que dita o tom nos setores de commodities é a demanda internacional, com especial destaque para a chinesa. É ela que dita o preço do minério de ferro, do aço, dos alimentos, da celulose e do petróleo.

Além da estimulante política monetária chinesa, a potencial guerra entre a Rússia e a Ucrânia também favorece os preços das matérias-primas. Isso porque a Rússia fornece boa parte do gás que serve de fonte de energia para o resto da Europa, um produto especialmente demandado agora no inverno europeu. Com a iminência da guerra, o país comandado por Vladimir Putin usa o fornecimento de gás como moeda de troca na batalha de sanções econômicas que os países vizinhos ameaçam impor à Rússia em caso de conflito. O preço do gás disparou.

Como não poderia ser diferente, também os metais preciosos, refúgios universais em situações de incerteza, estão cada dia mais altos desde que começou a ameaça de guerra. Ouro e prata, até pouco tempo relegados pela ameaça de subida dos juros, agora se tornaram oportunas posições nas carteiras de investimento.

Temos uma miríade de fatores que favorecem as commodities. Por sorte, vivemos em um país cuja economia é baseada nelas. Aproveite as oportunidades.

Um abraço

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.